quinta-feira, abril 02, 2020

Corte de salários reacende debate sobre direitos de imagem... Há quem defenda que direito de imagem não é salário; agora, assunto é essencial.



Corte de salários reacende debate sobre direitos de imagem

Há quem defenda que direito de imagem não é salário; agora, assunto é essencial

Por Duda Lopes para o Máquina do Esporte

Os principais clubes do futebol brasileiro estão traçando planos para amenizar os prejuízos que o período de pausa para a prevenção da disseminação do coronavírus deve gerar.

A principal medida até o momento está nas renegociações de salários de jogadores durante os meses sem partidas oficiais.

Essa decisão, porém, pode reacender o debate sobre os acordos de direitos de imagem.

Nesta segunda-feira (30), os rivais Fortaleza e Ceará anunciaram que darão desconto de 25% nos salários de março e nos próximos meses em que o futebol permanecer paralisado.

Os valores descontados serão parcelados durante o ano e valem tanto para o valor pago em carteira assinada quanto nos contratos de imagem.

Em Minas Gerais, o presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmera, também declarou que dará descontos de 25% dos salários.

O dirigente foi enfático em relação à decisão e informou que quem não aceitar a iniciativa será desligado do clube.

Demissões, por sinal, deverão acontecer de qualquer maneira.

No caso dos mineiros, a redução não deverá atingir os direitos de imagem dos jogadores.

Em conversa com a Máquina do Esporte, o sócio da consultoria BDO Brazil, Carlos Aragaki, ressaltou que essa deve ser uma das medidas adotadas pelos clubes, já que, sem as partidas, não há uso efetivo da imagem dos jogadores.

"Sempre se diz que direito de imagem não é salário. Agora é o momento de se definir se é ou não é. Se for, é preciso pagar os encargos.

Mas se não há exploração de imagem, não há por que os clubes pagarem agora", afirmou o executivo.

Para Aragaki, ainda é difícil mensurar o tamanho do prejuízo dos times.

No momento, ainda não há definição do período de paralisação e nem do quanto poderá ser reduzido o número de jogos e, assim, valores de bilheteria, televisão e até mesmo de possíveis saídas de patrocinadores, como houve com o Azeite Royal nos quatro clubes grandes do Rio de Janeiro.

Segundo Aragaki, além dos valores de salários e imagens, há outras medidas que as equipes podem tomar para reduzir os problemas enfrentados pelo período de paralisação.

O executivo cita a necessidade de renegociação dos termos do Profut, além da possibilidade de ter jogos com portões fechados quando a pandemia começar a ter curva decrescente no Brasil.

Caso o calendário volte com todas as datas, como tem sido cogitado, as perdas podem ser menores.

"Talvez um mês ou dois meses de paralisação não represente um impacto tão significativo nas finanças dos clubes", ponderou o sócio da BDO.

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