Corte de
salários reacende debate sobre direitos de imagem
Há quem
defenda que direito de imagem não é salário; agora, assunto é essencial
Por Duda
Lopes para o Máquina do Esporte
Os principais
clubes do futebol brasileiro estão traçando planos para amenizar os prejuízos
que o período de pausa para a prevenção da disseminação do coronavírus deve
gerar.
A principal
medida até o momento está nas renegociações de salários de jogadores durante os
meses sem partidas oficiais.
Essa decisão,
porém, pode reacender o debate sobre os acordos de direitos de imagem.
Nesta
segunda-feira (30), os rivais Fortaleza e Ceará anunciaram que darão desconto
de 25% nos salários de março e nos próximos meses em que o futebol permanecer
paralisado.
Os valores
descontados serão parcelados durante o ano e valem tanto para o valor pago em
carteira assinada quanto nos contratos de imagem.
Em Minas
Gerais, o presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmera, também declarou
que dará descontos de 25% dos salários.
O dirigente
foi enfático em relação à decisão e informou que quem não aceitar a iniciativa
será desligado do clube.
Demissões, por
sinal, deverão acontecer de qualquer maneira.
No caso dos
mineiros, a redução não deverá atingir os direitos de imagem dos jogadores.
Em conversa
com a Máquina do Esporte, o sócio da consultoria BDO Brazil, Carlos Aragaki,
ressaltou que essa deve ser uma das medidas adotadas pelos clubes, já que, sem
as partidas, não há uso efetivo da imagem dos jogadores.
"Sempre
se diz que direito de imagem não é salário. Agora é o momento de se definir se
é ou não é. Se for, é preciso pagar os encargos.
Mas se não há
exploração de imagem, não há por que os clubes pagarem agora", afirmou o
executivo.
Para Aragaki,
ainda é difícil mensurar o tamanho do prejuízo dos times.
No momento,
ainda não há definição do período de paralisação e nem do quanto poderá ser
reduzido o número de jogos e, assim, valores de bilheteria, televisão e até
mesmo de possíveis saídas de patrocinadores, como houve com o Azeite Royal nos
quatro clubes grandes do Rio de Janeiro.
Segundo
Aragaki, além dos valores de salários e imagens, há outras medidas que as
equipes podem tomar para reduzir os problemas enfrentados pelo período de
paralisação.
O executivo
cita a necessidade de renegociação dos termos do Profut, além da possibilidade
de ter jogos com portões fechados quando a pandemia começar a ter curva
decrescente no Brasil.
Caso o
calendário volte com todas as datas, como tem sido cogitado, as perdas podem
ser menores.
"Talvez
um mês ou dois meses de paralisação não represente um impacto tão significativo
nas finanças dos clubes", ponderou o
sócio da BDO.
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