Esses dias, numa roda de bate papo, um amigo me questionou sobre a tal diferença clássica e eu respondi, dizendo o seguinte; “o narrador é alguém muito especial, alguém que trás consigo um talento raro, alguém a quem toda a liberdade deve ser concedida, pois eles são a alma de uma transmissão esportiva”.
Os narradores não são apenas os sujeitos que nos contam o que está acontecendo, são mais que isso...
São durante um jogo, os caras que tem o poder de acelerar ou acalmar nossos corações, alguns até podem nos matar.
Lembro-me que certa vez, Jorge Curi o grande narrador da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, descreveu um lance na área do Vasco com tanta paixão e riqueza de detalhes que meu coração foi se contraindo de tal maneira que se aquilo durasse mais três segundos eu teria morrido.
Era um jogo contra o Flamengo e Jorge Curi era flamenguista, imaginem o que aquele filho da p... maravilhoso me fez sofrer.
Narradores são assim, são seres tresloucados que mexem com a alma do mais empedernido General.
São moleques travessos que nos atiçam quando nosso time parte para o ataque e nos fazem encolher na poltrona quando os malditos adversários avançam contra o nosso gol.
Narradores nos fazem explodir em delírio quando gritam a plenos pulmões o gol tão ansiado, que nos levam ao nirvana quando narram a goleada de nossa equipe contra os famigerados adversários, mas os narradores também costumam nos encher de ódio e dor, quando sem piedade abrem suas bocas para gritar o gol daqueles bobalhões.
Assim são os narradores, figuras imprescindíveis na vida de todos nós, figuras que nos acompanham para sempre, pois mesmo que nossos olhos vejam, só acreditamos que escapamos quando eles dizem...
Para foraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Amanhã vou ter a honra de trabalhar com desses seres incríveis, amanhã vou ver Marcos Lopes fazer aquilo que sabe e aquilo que gosta.
Espero estar à altura dele e de César Virgílio.
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