sábado, setembro 22, 2007

A entrevista que não aconteceu...

- Esperava mais da entrevista do Presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol concedida a Radio Globo, mas infelizmente nenhuma pergunta significativa foi feita, assim como nenhuma resposta relevante foi dada... O que se ouviu foi um presidente a chorar pitangas e a reclamar da pobreza franciscana de sua instituição e receber lenços e afagos de seus entrevistadores.

- Ninguém perguntou sobre os constantes assaltos a funcionários da FNF, nem sobre os resultados das investigações.

- Ninguém perguntou por que uma funcionária de segundo escalão é autorizada a levar para sua casa dinheiro pertencente à entidade.

- Ninguém perguntou sobre como o presidente vai explicar caso venha a ser cobrado, como ele aceitou sem interpor nenhuma restrição à burla a uma lei federal.

- Ninguém perguntou que critérios foram usados pelo presidente para empregar o Senhor Ranilson Cristino, mesmo depois desse senhor ter ido ao Ministério Público denunciar a administração de Alexandre Cavalcanti.

- Assim como não lhe foi perguntado que motivos levaram o presidente a apresentar a resolução número 058/2007 dando ao Senhor Ranilson Cristino total e completa autonomia e poderes para tomar decisões e assinar quaisquer documentos da entidade, mesmo tendo a FNF oito vice-presidentes e um secretário geral.

- Também não lhe foi perguntado como seu filho foi empossado como secretário geral da FNF, se tal cargo não existe nos estatutos da mentora do nosso futebol...

- Isso para não se falar na promessa não cumprida de reformulação do estatuto da FNF.

Porém, em dois momentos tive minha atenção despertada para duas informações e ambas me causaram estranheza...

A primeira partiu do entrevistado que afirmou o seguinte; “me digam em que lugar no Brasil está sendo disputado algum campeonato durante dez meses”?

A segunda veio de um dos entrevistadores que afirmou; “na Europa existem as ligas, mas elas são iguais as nossas federações, todas são filiadas as suas federações”.

Infelizmente nenhuma das afirmações é totalmente verdadeira.

Vejamos então...

São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco entre outras, têm competições que movimentam seus clubes até o mês outubro. Pena que ninguém tenha informado ao Presidente Alexandre Cavalcanti sobre o fato.

Na Europa a Federação Nacional cuida exclusivamente das equipes nacionais em todas as categorias, seja masculina ou feminina. Cumpre os compromissos assumidos com a FIFA e a UEFA e zela pelo cumprimento da legislação esportiva de cada país. As ligas são filiadas a federação nacional, mas se submetem apenas nas questões ligadas ao cumprimento das normas da FIFA e UEFA, além da legislação nacional. As ligas tanto podem ser profissionais como amadoras, mas possuem autonomia gerencial, econômica, jurídica e técnica. Seus regulamentos são interligados entre si, pois os acessos e decessos cumprem uma norma geral. Porém, nenhum dirigente de nenhuma liga precisa prestar continência nem ao presidente da federação nacional, nem ao presidente da liga imediatamente superior. A convivência entre eles é harmônica e respeitosa. Existem ainda as federações “estaduais”, essas cuidam do futebol amador e como a federação nacional, é responsável pela difusão, promoção e desenvolvimento do futebol em seu “estado”. Em alguns países, as federações "estaduais" chegam a cuidar de escolinhas, centros de formação de atletas, árbitros e treinadores. Além de bibliotecas, onde se pode encontrar qualquer tipo de documento ou livro sobre futebol.

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