quinta-feira, agosto 27, 2009

Ainda dói a goleada em Goiânia...

Desta vez foram às chuvas que impediram as postagens no blog, por razões que desconheço, fiquei sem acesso a net e, só agora, a situação de normalizou...


Mas pelo que pude ler no curto espaço de tempo que tive até começar a escrever, pude ver que o dia foi agitado em matéria de declarações e novidades.


O América que ontem perdeu mais uma vez de goleada, perdeu também Fábio Neves para o Fluminense, e, terá dificuldades de encontrar nessa altura da competição alguém a altura.


A derrota de ontem por 4x1 diante do Atlético Goianiense, rendeu e como rendeu.


Segundo li no blog do Pedro Neto, o presidente do América Dr. José Rocha, não anda muito feliz e por essa razão, além do desabafo publicado por Pedro, o presidente americano prometeu ter uma conversa séria como os jogadores e a comissão técnica.


José Rocha não aceitou a não inclusão na delegação que viajou para Goiânia dos jogadores, Somália e Ricardo Oliveira entre outros.


Disse que alegação de cansaço não o convence, a mim também não, mas infelizmente o jogador de futebol no Brasil tem um tratamento que destoa por completo da lógica que rege as relações trabalhistas.


Se marcar gols, pode tudo...


Baladas, atrasos, faltas, bebedeiras e até bater boca com companheiros e superiores, pois sempre haverá um dirigente, um membro da imprensa e muitos e muitos torcedores a justificarem sua falta de profissionalismo, com a famosa e estúpida frase: “não quero ele para casar com minha filha, quero ele marcando gols”.


Em tese, esse raciocínio teria suas razões nos tempos românticos do futebol, mas não hoje, quando milhões são gastos...


Um jogador de basquete joga hoje, amanhã e depois...


No voleibol, o mesmo acontece e ninguém reclama de absolutamente nada.


Uma companhia de dança pode chegar a ficar em cartaz por anos, e seus bailarinos podem chegar a fazer duas apresentações por dia e ninguém comete um erro sequer...


Antes que alguém diga que bailarinos e jogadores de futebol ou qualquer outro desportista, não podem ser comparados, digo que podem sim, pois bailarinos são atletas e todo aquele movimento que visto de longe, nos parece facílimo de executar, dada a leveza e sincronia, requer uma enorme concentração e força muscular.


Na União Soviética, os goleiros executavam inúmeros exercícios importados do balé, e pelo que me consta esses exercícios acabaram se incorporando ao treinamento dos goleiros europeus (basta verificar a facilidade com que a maioria deles, saí do gol com precisão, impulsão, força e rapidez).


Mas quem criou a figura do jogador “todo poderoso”?


Os dirigentes é claro, só depois, a imprensa incorporou a tolice e fez a cabeça dos torcedores.


No caso dos jogadores rubros que não viajaram, a solução é simples: basta convocar o Dr. Maeterlinck Rego e perguntar as razões clinicas para a não viajem.


José Rocha também questionou as comissões técnicas “gigantescas” trazidas por cada novo técnico que aqui desembarca, além dos coletes sempre cheios de nomes de “homens de confiança” que devem ser contratados.


Esse é mais um vicio que os dirigentes acabaram permitindo que se espalhasse com a rapidez de uma pandemia...


O São Paulo há muito liquidou com as comissões técnicas em pacotes.


Lá, eles contratam o treinador, todo o restante do pessoal pertence ao quadro funcional do clube.


Na Europa quem muda de emprego é o técnico, as comissões técnicas são cargos de confiança dos clubes e só seus presidentes podem mexer com eles.


Luxemburgo quando foi para o Real Madrid, levou apenas o preparador físico...


Alguém se lembra do Luxemburgo apresentando ao Real uma lista de dispensas e de contratações...


O único jogador que ele empregou foi o Robinho, mas esse, o Real já queria há algum tempo.


No Brasil o treinador vem, traz o irmão e uma penca de amigos a tira colo e, não satisfeito, ainda emprega um monte de jogadores seus...


Treinadores com comissões técnicas e listas de jogadores, foi uma moda que os dirigentes acharam fashion e que hoje, se tornou cara e brega.


Na verdade, concordo com o desabafo do presidente americano, mas faço a ressalva de que as coisas chegaram a esse ponto, por culpa dos próprios dirigentes, mas se o América pretende mudar, parabéns, pois nunca é tarde para se consertar um erro.


Só existe um momento em que discordo do presidente, é quando ele afirma que na conversa que terá com os jogadores, irá informar aos atletas que o América de agora em diante, pagará a folha salarial de acordo com as rendas...


Tenho certeza que tal declaração foi um deslize emocional do presidente rubro, pois o conheço e sei que ele jamais cometeria tal atitude, pois como o passado que tem e com a cultura jurídica que possui e com a respeitabilidade que conquistou ao longo de sua vida, José Rocha não se permitiria agir assim.


Mas uma coisa é certa, não há quem resista a duas “chineladas” de tal envergadura, num prazo tão curto, sem reagir...

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