terça-feira, julho 02, 2013

Imprensa amiga, ou como agradar dando a impressão de ser isento...



Respeito ao homem...

Por Jaeci Carvalho.

"Meu coordenador seria Parreira mesmo, mas meu treinador seria Vanderlei Luxemburgo, para mim o papa dos técnicos"

Rio – Estou acompanhando a Copas das Confederações de forma diferente, nos bastidores, perto dos dirigentes, junto dos torcedores, longe dos jogadores. 

Convivo, principalmente nos dias de jogos, com José Maria Marin e Marco Polo del Nero, respectivamente, presidente e vice da CBF, além de presidentes de federações, como o mineiro Paulo Schettino. 

Participei de jantares, almoços e homenagens para poder escrever melhor e mais embasadamente.

Assim, posso tirar conclusões, fazer críticas e elogios.

Marin, por exemplo, é doce, amável e, aos 80 anos, tem vontade tremenda de acertar e ver o Brasil campeão.

Quando a CBF tirou o amistoso Brasil x França do Mineirão porque os franceses não abriam mão de exibir seus patrocinadores, fiquei uma arara com o presidente, mas ele me garantiu que compensará BH com um grande jogo antes da Copa do Mundo. 

Acredito nele e em Del Nero, a quem também fiz duras críticas – e voltarei a fazê-las quando errarem. 

Sempre aos cargos, nunca à pessoa.

Tem gente que se sente acima do bem e do mal. 

Que perseguiu o ex-presidente Ricardo Teixeira e agora persegue Marin. 

Aliás, perseguição desumana. 

Marin demitiu Mano Menezes e chamou de volta Parreira e Felipão, dois campeões do mundo.

Bem ou mal, o Brasil voltou a vencer os grandes e está na final da Copa das Confederações. 

Isso comprova que a dupla Marin-Del Nero acertou. 

Ela conseguiu mais patrocinadores para a Seleção, enchendo ainda mais os cofres da CBF, que não depende de um centavo do governo federal. 

Portanto, o que é gasto na entidade, que é privada, é da conta dela e de seus mandantes, de mais ninguém. 

Pagando impostos em dia, ela não precisa dar satisfação. 

Ou por acaso alguém entra numa instituição privada e exige algo de seus dirigentes?

Marin tem sido honesto ao receber salário e até revelar quanto ganha. 

É o presidente e, como qualquer executivo, tem tal direito. 

Pior seria se escondesse e fizesse negócios escusos. 

Ao contrário, os contratos da CBF com os patrocinadores estão aí para quem quiser ver, exceto determinadas cláusulas de confidencialidade, peculiares a grandes contratos. 

Exigência muito mais da parte dos parceiros do que da entidade. 

Portanto, não adianta meter o bedelho na casa dos outros. 

Tem gente que persegue, é mesquinha, agride a moral e não respeita sequer a idade das pessoas. 

O povo não é bobo e sabe muito bem que dá ibope ou não.

O presidente e seu fiel amigo Del Nero têm fixação na vitória no Mundial do ano que vem. 

Não querem passar pelo dissabor de ver o time perder mais uma Copa em casa. 

Por isso não medem esforços em dar à Seleção o que há de melhor. 

Meu coordenador seria Parreira mesmo, mas meu treinador seria Vanderlei Luxemburgo, para mim o papa dos técnicos. 

Cada brasileiro tem sua preferência e eles, como dirigentes e torcedores, também têm. 

Percebi que são receptivos a críticas construtivas. 

Mas a vida pessoal deles não me interessa. 

Digo o mesmo dos presidentes de federações. 

Todos sabem que sou contra a existência delas, mas conheci muita gente honrada e boa. 

O grande problema de nós, jornalistas, é acharmos que podemos tudo. 

Uma pessoa pública está sujeita a críticas e elogios. 

Mas todos têm família, filhos, netos, e não se justifica agressão ao ser humano.

Já cometi exageros e erros também, faz parte, mas a gente vai amadurecendo e repensando coisas e comportamentos. 

Marin e Del Nero têm meu apoio, pois, independentemente de quem seja o técnico ou da situação da Seleção, quero vê-la vencer. 

Sou brasileiro e, acima de tudo, torcedor. 

Serei um crítico ferrenho toda vez que errarem, mas na vida pessoal não entro e não me meto.


Do blog:

Não fosse eu um cinquentão, ficaria impressionado com o texto acima...

Porém, sei como se move a imprensa “amiga” ...

Consta que o jornalista autor desse meloso texto, é amigo íntimo de Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF.

Ah, adorei a parte que ele diz:

“Estou acompanhando a Copas das Confederações de forma diferente, nos bastidores, perto dos dirigentes, junto dos torcedores, longe dos jogadores”.

“Convivo, principalmente nos dias de jogos, com José Maria Marin e Marco Polo del Nero, respectivamente, presidente e vice da CBF, além de presidentes de federações, como o mineiro Paulo Schettino”. 

“Participei de jantares, almoços e homenagens para poder escrever melhor e mais embasadamente”. 

“Assim, posso tirar conclusões, fazer críticas e elogios”.

Mais cínico, impossível...

Como diz um ditado popular americano: “não existe almoço ou jantar gratuito”.

A intenção do texto é atacar Juca Kfouri, Paulinho, Victor Birner e tantos outros que marcam de perto o Marin e o Del Nero...

Simples assim.


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