Menos times, mais dinheiro: a
reformulação da segunda portuguesa
Por: Rodrigo Gasparini
A segunda divisão do futebol
português não é, convenhamos, dos campeonatos mais atraentes.
Mas pode tornar-se, em pouco
tempo, ao menos uma competição bem melhor do que a atual.
Uma das medidas para tanto já foi
tomada antes mesmo de a bola rolar na atual temporada.
Os clubes e a Liga Portuguesa de
Futebol Profissional (LPFP) decidiram que a competição, que conta atualmente
com 24 equipes, terá seu número reduzido para 22 participantes a partir de
2016/17.
Isso significa que cinco clubes
serão rebaixados ao Campeonato Nacional de Seniores, espécie de terceira
divisão.
A redução no número de
competidores tende a elevar o nível técnico do campeonato.
E é possível que uma norma
semelhante seja adotada antes da temporada seguinte, diminuindo ainda mais os
participantes.
A LPFP já sinalizou que pretende
reformular o campeonato.
A ideia é que a segunda divisão
seja “mais atrativa para os torcedores, a mídia e os eventuais patrocinadores”,
como afirmou em nota divulgada pela entidade.
Entre as propostas, segundo a
LPFP, estão a “aposta no jovem jogador português e o aproveitamento da Segunda
Liga como rampa de lançamento para talentos”.
Mas é claro que, sem dinheiro, os
planos ficariam mais difíceis de serem executados.
Por isso, a notícia divulgada
nesta semana de que os times da segunda divisão acertaram um bom contrato de
transmissão dos jogos pela TV foi muito bem-vinda.
Pelo acordo, feito com a
operadora MEO e válido por três anos, cada clube vai receber € 500 mil por ano,
a partir da próxima temporada.
Quem conseguir o acesso à
primeira divisão ainda garante um bônus de € 3,5 milhões.
E se, eventualmente, a MEO
conseguir negociar a exibição das partidas no mercado chinês, os valores
ganhariam reajuste de 30%.
Na carona das boas notícias, a
LPFP anunciou estar disposta a ajudar financeiramente os clubes da Segunda Liga
que estiverem endividados.
Quem fizer o pedido formal até o
final do mês receberá € 50 mil da entidade.
O valor será descontado dos
prêmios pela participação na Taça da Liga e dos recebimentos da loteria
Placard.
Ainda é cedo para se ter uma
noção do alcance destas medidas.
De qualquer maneira, é bastante
válido que Portugal tente dar mais valor à sua segunda divisão.
Afinal, quanto mais forte forem
os campeonatos internos, melhor para o futebol do país.
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