Resolvi ouvir o jogo Juventude e Campinense, valeu apena...
Primeiro por ver que os nossos dirigentes mostram uma calma e uma tranqüilidade que faria inveja em Caxias, pois ao término da partida, o presidente do Juventude deu uma entrevista com som e tom de velório...
Flávio Lopes e Francisco Diá são sujeitos bem equilibrados e resolvidos emocionalmente, pois Ivo Wortmann, ao ser entrevistado, pediu licença e fez um forte desabafo...
Defendeu seus jogadores, falou das dificuldades financeiras do clube e foi corajoso ao dizer que não admitia que nenhum torcedor ousasse chamar seus jogadores de mercenários e vagabundos, pois nenhum deles era nem uma coisa e nem outra.
Agora percebam, o Juventude tem 34 pontos, está em décimo quinto lugar e em tese, precisa de 12 pontos nos 27 que vai disputar para permanecer na Série B...
Aliás, sinceridade não faltou a ninguém, Bruno Teles jogador do Juventude, ao ser perguntado sobre a derrota disse sem meias palavras: “desculpe a palavra, mas é uma merda isso tudo”!
Porém, o melhor foi ouvir uma equipe esportiva transmitir um jogo, torcendo, como de fato todos torcem, mas honesta e verdadeira em suas colocações...
Aos 20 minutos do primeiro tempo, Fábio Júnior do Campinense entrou na área do Juventude e caiu...
Pensei que eles fossem fazer o que todos fazem...
Fingir que nada ouve e mandar a bola correr, mas me enganei.
O repórter Fabiano Tomé foi o primeiro a gritar: “opa, foi pênalti, o árbitro acaba de dar uma mãozinha e tanto para o Juventude”.
Na cabine, o narrador, Tiago Pelissaro (não sei se é assim que se escreve), usou uma expressão que dever ser típica da região e disse: “foi pênalti de concurso” (assim que encontrar o Marcos Lopes ou o Didi Duarte, vou perguntar o significado exato)...
Todos riram e concordaram que o árbitro tinha passado a faca no Campinense.
Aqui, logo aparecia um boboca para deixar um comentário idiota, dizendo que a equipe da Rádio Caxias torce pelo Caxias...
O outro fato que achei admirável foi à enxurrada de elogios feitos a torcida do Campinense que foi ao Alfredo Jaconi ver o jogo.
O diálogo foi mais ou menos esse:
- Tomé, quantos torcedores do Campinense estão no estádio?
- Olha Tiago, são em torno de 100 torcedores que chegaram hoje da Paraíba, eles acabaram de chegar, mas não parecem cansados, pois fazem uma grande algazarra e a charanga toca firme.
- 100 torcedores, Tomé?
- Sim!
- Incrível isso, parabéns ao Campinense, pois aqui, equipes do próprio Estado, não chegam a trazer para cá, nem metade disso!
Pois é Tiago, e lembre que a torcida do Campinense vem do interior da Paraíba que é longe barbaridade daqui!
Se fosse aqui, logo, logo, leríamos em algum blog, criticas aos elogios a torcida adversária, acompanhadas de lições de jornalismo...
Parabéns a Rádio Caxias, transmitiu o jogo, torceu para o Juventude, mas quando foi preciso fazer jornalismo, fez...
Contou o fato e o fez com honestidade.
Ah, para quem gosta de afirmar que todos perseguem nordestinos, essa atitude da Rádio Caxias deve ter sido decepcionante.
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