sábado, outubro 10, 2009

Que Odin me proteja da lógica desse pessoal...

O brasileiro é um cara de pau nato, a nossa ética é distorcia e nossas idéias quase nunca correspondem aos fatos...


Acabei de ler no blog do Pedro Neto, que o Potyguar Seridoense ou Potyguar de Currais Novos, como queiram os senhores, teve alguns “bens” pertencentes ao clube leiloados pela justiça do trabalho para quitar um débito de mil reais para como o ex-jogador Adalberto...


Mil reais!!!


Os bens leiloados foram uma mesa ou birô, um jogo de camisas – pasmem usados na final do campeonato passado e um gelágua que era usado pelos jogadores na concentração da equipe...


Porém, o fato passaria despercebido não fosse à singela declaração do presidente do clube, o Senhor Merica, ao confirmar que além desses mil reais, o clube ainda deve outros 50 mil...


Diante do fato consumado, o presidente do Potyguar, saiu com essa pérola: “Não temos onde buscar esse dinheiro, ninguém ajuda a não ser a prefeitura da cidade que nos ajudou com 50 mil reais durante o Campeonato Estadual. Porém, os comerciantes não chegam junto”!


Lindo, encantador, triste e melancólico, não fosse o alto grau de cinismo embutido na declaração.


Usando a lógica cartesiana, podemos afirmar que, se a prefeitura doou 50 mil reais durante o campeonato e o clube tem uma divida muito além desse valor, alguém por lá, autorizou gastos muito além da capacidade orçamentária da equipe e, portanto, agiu irresponsavelmente, conforme nos ensina qualquer manual primário de administração.


Ou não?


Por outro lado, reclamar que os comerciantes da cidade não chegam juntos, é no mínimo uma saída “pela direita” como diria o velho leão da montanha quando em desvantagem...


Comerciante, comercia e se comercia, quer lucro, pois só através do lucro (só a esquerda primata não entende isso) é possível reinvestir no negócio e fazê-lo crescer e gerar mais lucro e emprego.


Que lucros o Potyguar dá ao comércio local, se tudo o que compra é para pagar depois e a movimentação que trás a cidade durante seus jogos é pouca ou quase nenhuma?


E para completar, como "ajudar" uma administração que recebe 50 mil reais da prefeitura e gasta muito além disso?


Dinheiro suado e ganho honestamente, não se joga fora e não se joga, pelo simples fato de significar sobrevivência!


Mas enfim, esse é o retrato do profissionalismo do futebol brasileiro e fundamentalmente da cultura irresponsável desse país: alguém resolve brincar e se a brincadeira der certo é tudo desse alguém, mas se algo da errado, todo mundo é culpado, pois todos deveriam a ajudar...


Traduzindo: os lucros devem ser capitalizados e os prejuízos socializados...


Me poupem!

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