quarta-feira, dezembro 23, 2009

Cadeiras compradas e não conquistadas...

Sempre entendi um conselho como a reunião dos melhores, dos mais experientes, dos mais sábios, dos mais bem sucedidos e todos aqueles capazes de intervir nas horas difíceis, com equilíbrio, maturidade e capacidade de avaliar uma situação em todos os seus aspectos...


Conselheiros para mim, sempre foram pessoas respeitadas nos seus meios profissionais e com livre transito no meio social em que vivem.


Se não me engano era assim entre as tribos e clãs...


E é assim, hoje, nas grandes instituições públicas e privadas.


Pertencer a um conselho é uma grande honraria, é o reconhecimento da capacidade profissional e moral de um homem...


Os conselheiros, normalmente são escolhidos a dedo, ou eleitos entre os melhores...


Imagino que seja assim na Votorantim, na Gerdau, na Vale do Rio Doce, na BASF, na Siemens e na Microsoft.


Imagino que o mesmo ocorra na Companhia das Letras, na Editora Record e na Editora Difel.


Conselheiro é alguém pago e muito bem pago, para pensar, para indicar caminhos, formular criticas e encontrar saídas e caminhos.


Isso mesmo, conselheiro recebe para aconselhar, pois quem o indicou ou nele confiou através do voto, sabe do peso que ele tem e do quanto pode ser útil.


Isso acontece nas grandes corporações, nas grandes instituições públicas e nas equipes de futebol que se tornaram empresas.


No Brasil, não sei se em todos, mas certamente na maioria esmagadora dos clubes de futebol, conselheiro é um sujeito que compra seu lugar, pagando um prestação mensal e, se endinheirado, colabora com seus caraminguás na hora em que os cheques voadores começam a retornar a base de partida.


Seu peso no conselho do clube não se dá por seus dotes intelectuais, morais ou profissionais.


Normalmente, seu peso equivale ao valor de suas contribuições em dinheiro.


No Brasil, conselheiro não é escolhido a dedo, e nem recebe para pensar e planejar o clube...


No Brasil, os clubes vendem um lugar no conselho e em troca, dão entradas gratuitas e fazem reuniões, onde a maioria dos presentes, ou nada tem a dizer, ou lá estão tão somente para votar a favor de qualquer coisa que lhes seja apresentada.


No futebol brasileiro, conselheiro não dá conselho – dá pitaco, faz fofoca, forma grupelhos e nas rodinhas, fica apontando para os que estão a sua volta, aquele que pipocou na hora do cheque acima de três dígitos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente e inovadora visão do assunto. Nunca tinha visto uma crítica sob este ponto de vista...

Excelente...

E, a propósito, um Feliz Natal ao jornalista e historiador Fernando Amaral.

Parabéns pelos seus posts aqui no blog, um nível não encontrado comumente na crônica potiguar.

...

Sds.

Abecedista.