Diferente de Natal, Maceió não conseguiu emplacar nas camisas de CRB, CSA e Corinthians, o patrocínio do Banco Bonsucesso...
Por quê?
Leia abaixo:
Futebol de Alagoas fica sem R$ 800 mil
Por Alberto Oliveira
Demonstrando a preocupação em encontrar alternativas financeiras que pudessem ajudar o futebol de Alagoas, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians Alagoano, João Feijó, apresentou ao prefeito Cícero Almeida, uma proposta do Banco Bonsucesso para garantir um investimento de R$ 800 mil reais no esporte de Alagoas. O valor repassado pelo banco seria dividido entre CRB, CSA e Corinthians.
Na reunião que aconteceu no Gabinete do Prefeito Cícero Almeida e que ainda contou com a presença do regatiano Sostenes Andrade, foi apresentada também uma espécie de contrapartida sugerida pelo banco. Para investir o valor de R$ 800 mil no futebol de Alagoas, o Banco Bonsucesso solicitou que a prefeitura disponibilizasse ao funcionalismo público o cartão de crédito do banco que serviria para o servidor ter acesso a crédito consignado.
A ideia que parecia excelente para o futebol de Alagoas foi travada por uma irregularidade jurídica. Em uma análise inicial, a Procuradoria do Município detectou uma irregularidade para a atuação do Banco Bonsucesso. Em virtude da prefeitura já possuir um contrato com outra instituição financeira, a implementação da situação era impedida contratualmente e até forçaria a prefeitura a pagar uma multa por quebra de clausulas contratual.
O conselheiro regatiano Sostenes Andrade lamentou a dificuldade gerada, mas disse pessoalmente ao prefeito que abandonasse a ideia pelo impedimento existente. “Essa possibilidade está descartada em virtude desta irregularidade apontada pela procuradoria. Disse pessoalmente ao Prefeito Cícero Almeida que não iríamos levar o assunto á frente em virtude de estarmos fazendo algo irregular”, declarou Sostenes Andrade.
Alberto Oliveira
Pois bem, em Natal o Banco Bonsucesso, conseguiu emplacar sua proposta junto à prefeitura e, conforme o Diário Oficial do Município, do dia 05 de agosto de 2010, a vigência do contrato será de 12 meses.
Pois bem, não tenho conhecimento se a prefeitura do Natal tem ou não, contrato com outra instituição financeira, mas se tiver, os termos devem ser completamente diferentes do contrato existente em Maceió...
Porém, um fato me veio à lembrança: quando da estreia da marca da instituição financeira na camisa do América FC, o repórter Jackson Capixaba, entrevistou um dos diretores da referida instituição e o perguntou que razões do investimento em um clube de Natal...
O diretor disse então, que o banco pretendia abrir novos mercados no nordeste e que via no futebol e no América em particular, um ótimo caminho...
Perguntado qual a duração do acordo, ele respondeu que em principio, a previsão era de 12 meses, mas que poderia ser renovado (coincidentemente, o mesmo prazo de duração do convenio com a prefeitura).
Ainda durante a entrevista, o diretor do Banco Bonsucesso, afirmou que o América receberia uma “injeção” de recursos num valor entre 200 a 500 mil reais, até o fim desse ano, mas não soube ou não quis precisar os números.
Pois bem, até aí, nada de mais, porém, o diretor do Banco Bonsucesso, omitiu o fato que sua busca por novos mercados não passava pela conquista de adesões via patrocínio ao futebol e sim, de um convenio assinado com a prefeitura da cidade, assinado no dia 26 de julho de 2010...
O América usou pela primeira vez marca do banco, na partida contra a Portuguesa no Machadão, no dia 03 de agosto de 2010 e o Diário Oficial do Município, publicou o extrato do convenio no dia 05 do mesmo mês e ano.
O Banco Bonsucesso é especializado em crédito consignado: isto é, dinheiro que é emprestado a um funcionário de uma empresa, sindicato ou órgão governamental e que, tem as mensalidades devidas, descontadas diretamente na folha de pagamento do devedor.
Tal modalidade permite que mesmo tendo o nome do Serasa ou SPC, a pessoa possa ter acesso ao dinheiro, dá maior segurança à instituição financeira e proporciona uma taxa de juros bastante atraente ao tomador.
Nesse caso, o Banco Bonsucesso agiu com a lógica fria das instituições financeiras: primeiro conseguiu um acordo que lhe permite disponibilizar aos servidores municipais de Natal, crédito e depois, “investiu” no futebol.
Sobre a participação do vice-prefeito do município do Natal, senhor Paulinho Freire, como sendo peça fundamental no patrocínio recebido pelo América, clube do qual é dirigente e conselheiro, como chegou a ser anunciado por alguns blogs ligados ao clube, não tenho como opinar com segurança, pois não ouvi do vice-prefeito nenhuma declaração afirmando ter sido ele o responsável pelo acordo...
Porém, caso Paulinho Freire tenha “costurado” tal acordo, me verei na obrigação de não considerar tal atitude como louvável, pois usar a influência do cargo para conseguir beneficio para interesses pessoais não é algo que mereça aplauso, mesmo que nesse caso especifico, não tenha ocorrido nenhuma ilegalidade...
Afinal, a procuradoria do município analisou e aprovou o convênio...
A única coisa que estranho, é que a prefeitura tenha deixado passar a oportunidade de ampliar os benefícios para todos os clubes da capital.
3 comentários:
Fernando,
Sabemos que a grande maioria dos cargos de assessoria nas nossas prefeituras são cargos comissionados, que devem seus empregos a indicações.
E mesmo que não fossem, a aprovação da procuradoria do munícipio por sí só não garante a legalidade da operação.
É uma operação suspeitíssima com fortes indícios que o poder público pode estar sendo usado para beneficiar particulares e MERECE TODA A APURAÇÃO do PROCESSO.
Página por página, linha por linha, assinatura por assinatura.
Só assim será possível invertigar a legalidade e a MORALIDADE do processo.
Simples meu caro watson, o vice prefeito é dirigente do Clube beneficiado!
Cade o Ministério Publico?
Em Maceió, o Banco Bonsucesso quis patrocinar o CRB (que está na Série C), o CSA (que está na Série D) e o Corinthians (sem Série), mas não foi possível fazer o convênio com a Prefeitura, o que levou o clube a não querer mais patrocinar os clubes.
Aqui em Natal foi “mera coincidência” o banco, depois ter o convênio assinado com a Prefeitura, só ter patrocinado o América, clube que tem o vice-prefeito como dirigente.
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