Olá,
Posso colocar-lhe algumas questões?
1 - Segundo li, o Brasil está com grandes dificuldades para iniciar as obras e a escolha dos estádios do Mundial que vai organizar. Em São Paulo, então, existem grandes dificuldades porque o Morumbi foi recusado.
É verdade?
2 - Futebol uruguaio: qual o clube com mais adeptos? O Peñarol ou o Nacional?
3 E depois, o Defensor ou o Danúbio?
4 - O Peñarol está ligado aos caminhos de ferro e origem britânica, certo? O Danúbio foi fundado por búlgaros, daí o nome.
5 - Futebol peruano: qual o clube mais popular? O Alianza ou o Universitário? (parece-me que o Sporting de Cristal tem menos adeptos que estes)
6 - Em Guayaquil, entre o Barcelona e o Emelec suponho que é o Barcelona que tem mais seguidores. Estou certo ou errado?
Cumprimentos,
João Moreira.
Meu caro João,
Tudo o que você leu sobre o Brasil e suas dificuldades para dar inicio às obras necessárias para a realização da Copa do Mundo de 2014, são verdades...
O mais interessante é que nossa imprensa está mias ligada na demolição/construção dos novos estádios, mas esquecendo de que as obras de infraestrutura e a adequação das comunicações, por exemplo, são primordiais...
No Estado de São Paulo, o Morumbi foi sim vetado, mas o veto, não é apenas uma questão de falhas no projeto, é também, uma enorme briga política que envolve a atual direção do clube a CBF, alguns adversários e até o governo federal.
No Equador, o clube de maior torcida ou adeptos como dizem os irmãos lusos, é realmente o Barcelona de Guayaquil...
O Barcelona Sporting Club, fundado em 1925, na residência de um catalão, chamado Eutímio Pérez e o nome da equipe é uma homenagem ao apoio da colônia catalã residente em Guayaquil à época.
Só para que você tenha uma ideia, dos 12 diretores que formaram a primeira diretoria do clube, 5 eram espanhóis.
Seu estádio é o Monumental Blanco de Pichincha (a denominação oficial é, Estádio Isidro Romero Carbo), com capacidade para 83.000 espectadores.
Já o Club Sport Emelec, seu rival de Guayaquil, foi fundado em 1929, por George Lewis Capwell, cidadão norte-americano, então, membro da superintendência da Eletric Company de Guayaquil...
George Capwell, um sujeito grande, corpulento e ex-praticante de natação, basquetebol, handebol e beisebol, insistiu na criação pela companhia de um clube onde os empregados pudessem praticar esporte em suas horas de lazer...
Esse foi o argumento inicial, mas Capwell, conhecido como o “gringo de Guayaquil”, queria mesmo era fundar um clube desportivo com raízes sólidas e que perdurasse através dos tempos...
Capwell conseguiu, e hoje, o Emelec, é um dos grandes do Equador, mas em termos de adeptos, está muito longe do rival Barcelona e da LDU de Quito.
No Peru, o Club Universitário de Deportes, é o clube de maior torcida, segundo pesquisa da companhia Peruana Pesquisa de Mercado e Opinião Pública SAC (CPI)...
O resultado da pesquisa realizada este ano (2010), aponta o Universitário com 38,3% da preferência, seguido pelo Alianza Lima com 33,5% e o Sporting Cristal com 14,5%...
Bem, sobre o Danúbio do Uruguai, a história é curiosa...
Em Avellaneda Piccioli, havia uma loja que pertencia a Juan Maron e que além dos bons produtos, tinha nas filhas do proprietário seu principal "chamariz"...
As moças eram tidas como as mais belas do lugar, encantavam e deslumbravam os locais e atraiam a curiosidade dos recém-chegados...
A história da loja de Juan Maron e suas filhas se espalhou e o bairro Maroñas, deve seu nome à senha que os rapazes usavam para justificar seu passeio até o ponto comercial...
Ir as Maroñas, era um passeio que muitos realizavam diariamente.
Com a chegada dos imigrantes oriundos das Ilhas Canárias, o bairro cresceu e, foi no coração de Maroñas que um grupo de crianças que estudavam na escola “Republica da Nicarágua”, a única da região na época, decidiu criar seu próprio time de futebol.
Os principais mentores da ideia foram os irmãos Lazaroff, que contaram com o apoio da mãe, Dona Maria e de seu irmão, Mincheff Lazaroff, ex-jogador de futebol na Bulgária, pátria natal de ambos.
O primeiro nome adotado foi “Tigre”, mas a pedido de Dona Maria, os meninos resolveram batizar a equipe de Danúbio, rio que banha a Bulgária e grande parte da Europa.
Assim nasceu o Danubio Fútbol Club.
Já o Penãrol, é fruto do desejo de Roland Moor, inglês, presidente da Empresa Central Caminho de Ferro (Companhia ferroviária) que queria ter uma equipe de futebol para o lazer dos funcionários da empresa.
Em 1891, nasceu o Central Uruguay Railway Cricket Club...
Porém, em 1913, durante uma assembleia, surgiu a ideia de mudar o nome do clube para um nome tipicamente uruguaio...
O nome escolhido foi o do povoado onde o clube nascera: Peñarol.
Mas Peñarol, nada mais é que a adequação ao espanhol do nome do agricultor italiano Pedro Pignarolo, dono das terras onde a sede da ferrovia se instalou...
Os uruguaios pronunciavam o Pignarolo, como Piñarolo e daí, para Peñarol foi um pulo.
Em termos de adeptos, o Nacional leva ligeira vantagem – dizem alguns, que mínima.
A origem da torcida do Nacional é nos uruguaios de ascendência espanhola e o da torcida do Peñarol é nos uruguaios de ascendência italiana...
O fato é que, Nacional e Peñarol é clássico mais antigo de todo o continente americano e do mundo, a exceção dos clássicos da Grã Bretanha.
Na esteira de Nacional e Peñarol, “correm por fora”, o Danúbio e o Defensor.
Um comentário:
Olá Fernando,
Digo com conhecimento de causa, a maior torcida no Uruguai é do glorioso Peñarol viejo y peludo, somos "todos menos unos". Abraços
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