sexta-feira, agosto 20, 2010

Santa Cruz 0x1 ABC... A vitória da retranca sobre a incompetência.


Canal selecionado, poltrona confortável, cigarro, cinzeiro, Coca Cola à mão e bola rolando...


Lá vou eu assistir mais um jogo do campeonato do nordeste.


Tomo um gole e procuro uma posição melhor, quando vupt...


Thiago Garça toca na bola e a joga para o fundo das redes do goleiro Baggio.


Vixe vai ser de goleada, penso eu.


Que nada, ledo engano.


O ABC fez o gol e depois, ficou encolhido no lado esquerdo do campo como um menino que fez uma travessura e tenta escapar da bronca.


Encolhido, assustado, ou sei lá – vai ver que é essa tal postura tática tão decantada ou então, alguma estratégia exaustivamente estudada e que infelizmente, não consigo compreender –, o ABC fica na roda e leva o maior sufoco.


Por sorte, o Santa Cruz sofre da mesma síndrome que o América: tem a bola, toca a bola, inverte as jogadas, passa, repassa e fracassa na hora da finalização.


O tal Jadilson é uma dessas invenções do mundo da bola, cujo objetivo é hermético demais para que meus parcos neurônios decifrem...


Mas, se dizem que ele é atacante, tenho que acreditar, afinal, o Givanildo foi jogador, é considerado uma fera como treinador e eu, sou apenas um mero observador da cena.


Por falar em observação: o Cascata jogou um futebol de goteira no primeiro tempo, João Paulo está a Passos de Ferreira e não vai arriscar seus preciosos perônios e tíbias num joguinho meia boca e, o Renatinho esse sim foi “malandro”; arrumou uma maneira de sair bem rapidinho...


Aliás, o Renatinho, não devia nem ter entrado.


Bom acabou o primeiro tempo...


Hora de levantar, reabastecer a caneca, esticar as pernas, dando uma voltinha no jardim para curtir a lua.


De volta para o segundo tempo, vamos ver o que vai acontecer: tomara o ABC saia mais e não dê tanto campo para o adversário.


O árbitro encerrou o jogo, o ABC venceu, não convenceu, mas faturou três pontinhos e isso o coloca na vice-liderança da competição.


Na arte de se esconder e se defender, o ABC foi mais competente.


Em Recife vão dizer que o resultado foi injusto e que o fato do goleiro Wellington ter sido o melhor em campo, prova a tese – tem sentido, mas o Santa Cruz fez por merecer?


Não mesmo...


Um caminhão de chances claras desperdiçadas, um monte de toques inúteis e uma infinidade de cruzamentos aleatórios, mostraram que hoje, na arte de atacar, o Santa Cruz vagueou entre a incompetência e a displicência.


Do lado do Santa Cruz, Gilberto Matuto salvou as aparências, enquanto pelo lado do ABC, Wellington teve que se desdobrar, pois a equipe alvinegra jogou com três jogadores a menos: Renatinho expulso e Cascata e João Paulo “sumidos”.


Wellington foi o nome do jogo, calmo, frio, seguro, consciente, cumpriu com méritos sua missão, mas na hora de falar foi desastre...


Perguntado pelo repórter em quem se inspirava, Wellington derrapou e disse que se inspirava em Deus, pois ele (Deus) era a pessoa (?) em quem ele se inspirava...


Induzido pelo repórter, que citou o goleiro Marcos do Palmeiras, Wellington, além da “pessoa” de Deus, incluiu Marcos como uma segunda fonte de inspiração...


Agora, é engraçado ver as transmissões do Esporte Interativo: os caras dão uma aula de falta de senso critico: todo jogo é um jogão, todo perna de pau é bom jogador e a toda hora quando diziam que o campeonato do nordeste é o campeonato das torcidas apaixonadas: o Arruda vazio desmentia a ladainha – 1019 presentes.


Mas vá lá, esse é o risco de quem opta entre a informação e a venda de um produto.


Nenhum comentário: