Canal selecionado, poltrona confortável, cigarro, cinzeiro, Coca Cola à mão e bola rolando...
Lá vou eu assistir mais um jogo do campeonato do nordeste.
Tomo um gole e procuro uma posição melhor, quando vupt...
Thiago Garça toca na bola e a joga para o fundo das redes do goleiro Baggio.
Vixe vai ser de goleada, penso eu.
Que nada, ledo engano.
O ABC fez o gol e depois, ficou encolhido no lado esquerdo do campo como um menino que fez uma travessura e tenta escapar da bronca.
Encolhido, assustado, ou sei lá – vai ver que é essa tal postura tática tão decantada ou então, alguma estratégia exaustivamente estudada e que infelizmente, não consigo compreender –, o ABC fica na roda e leva o maior sufoco.
Por sorte, o Santa Cruz sofre da mesma síndrome que o América: tem a bola, toca a bola, inverte as jogadas, passa, repassa e fracassa na hora da finalização.
O tal Jadilson é uma dessas invenções do mundo da bola, cujo objetivo é hermético demais para que meus parcos neurônios decifrem...
Mas, se dizem que ele é atacante, tenho que acreditar, afinal, o Givanildo foi jogador, é considerado uma fera como treinador e eu, sou apenas um mero observador da cena.
Por falar em observação: o Cascata jogou um futebol de goteira no primeiro tempo, João Paulo está a Passos de Ferreira e não vai arriscar seus preciosos perônios e tíbias num joguinho meia boca e, o Renatinho esse sim foi “malandro”; arrumou uma maneira de sair bem rapidinho...
Aliás, o Renatinho, não devia nem ter entrado.
Bom acabou o primeiro tempo...
Hora de levantar, reabastecer a caneca, esticar as pernas, dando uma voltinha no jardim para curtir a lua.
De volta para o segundo tempo, vamos ver o que vai acontecer: tomara o ABC saia mais e não dê tanto campo para o adversário.
O árbitro encerrou o jogo, o ABC venceu, não convenceu, mas faturou três pontinhos e isso o coloca na vice-liderança da competição.
Na arte de se esconder e se defender, o ABC foi mais competente.
Em Recife vão dizer que o resultado foi injusto e que o fato do goleiro Wellington ter sido o melhor em campo, prova a tese – tem sentido, mas o Santa Cruz fez por merecer?
Não mesmo...
Um caminhão de chances claras desperdiçadas, um monte de toques inúteis e uma infinidade de cruzamentos aleatórios, mostraram que hoje, na arte de atacar, o Santa Cruz vagueou entre a incompetência e a displicência.
Do lado do Santa Cruz, Gilberto Matuto salvou as aparências, enquanto pelo lado do ABC, Wellington teve que se desdobrar, pois a equipe alvinegra jogou com três jogadores a menos: Renatinho expulso e Cascata e João Paulo “sumidos”.
Wellington foi o nome do jogo, calmo, frio, seguro, consciente, cumpriu com méritos sua missão, mas na hora de falar foi desastre...
Perguntado pelo repórter em quem se inspirava, Wellington derrapou e disse que se inspirava em Deus, pois ele (Deus) era a pessoa (?) em quem ele se inspirava...
Induzido pelo repórter, que citou o goleiro Marcos do Palmeiras, Wellington, além da “pessoa” de Deus, incluiu Marcos como uma segunda fonte de inspiração...
Agora, é engraçado ver as transmissões do Esporte Interativo: os caras dão uma aula de falta de senso critico: todo jogo é um jogão, todo perna de pau é bom jogador e a toda hora quando diziam que o campeonato do nordeste é o campeonato das torcidas apaixonadas: o Arruda vazio desmentia a ladainha – 1019 presentes.
Mas vá lá, esse é o risco de quem opta entre a informação e a venda de um produto.
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