domingo, setembro 09, 2007

Série C é lugar de sofrimento e aprendizado... Mas, também pode ser o começo da glória.

No programa Esportes em Debate da Rádio Globo, o entrevistado Augusto Azevedo conselheiro do ABC e promotor público, falou sobre a possibilidade de uma das vagas da Copa Sul americana ser repassada para a Série C como forma de incentivo e valorização da competição. Augusto é um homem culto, sério e honesto em suas opiniões, mas em se tratando de futebol, ainda trás os resquícios dos tempos românticos do esporte. A primeira dificuldade que sua idéia encontra, é que tanto a Copa Sul-americana como a Taça Libertadores da América são competições da Confederação Sul Americana de Futebol, portanto sujeitas aos regulamentos da entidade. Segundo os regulamentos de ambas as competições, só equipes de primeira divisão podem participar das mesmas. Mesmo não sendo fã da Confederação, não posso deixar de concordar com eles... Imaginem a Copa Sul americana sendo disputada pelo Barras do Piauí, Deportivo Merlo da Argentina, Fígaro da Bolívia, Colchagua do Chile, Valledupar da Colômbia, Brasilia do Equador, Valois Rivarola do Paraguai, Corazón Micaelino do Peru, Parque Del Plata do Uruguai e Profesor Mejias da Venezuela. Nem o mais empedernido dos socialistas suportaria. Taça Libertadores da América é para quem tem competência e a Copa Sul americana é para quem conquistou a vaga na disputa entre os grandes.
Sou da opinião que a Série C precisa ser modificada, da forma como está não resolve o problema dos clubes e dificilmente vai se tornar atrativa para possíveis patrocinadores. Mas infelizmente a Série C, é e sempre será o lugar destinado aos clubes que cometem desatinos em seu gerenciamento, que pouca representatividade tem em relação ao país ou que se deixaram dominar por administrações incompetentes e lá acabaram. A Série C, também é lugar para os menos estruturados e menos aquinhoados economicamente, assim como serve de ponte para os que resolveram mudar seu norte e brigar por um lugar entre os grandes. No resto do mundo é assim e funciona muito bem, porque deveria ser diferente aqui?
Mas não imaginemos que por ser assim, a Série C não possa ser mais bem organizada, ter patrocinadores e acolher confortavelmente seus membros. Na Europa as terceiras divisões têm patrocinadores, tem jogos televisionados e tem calendário idêntico às segundas e primeiras divisões.
Certa vez sugeri algo parecido, mas não houve repercussão, como sou chato, volto a sugerir... Por que não termos uma terceira divisão dividida em cinco grupos de 20 clubes? Teríamos o Grupo Sul, Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste e ao final da fase de grupos, seria disputado um torneio entre os cinco campeões e os dois primeiros subiriam para a Série B.
Resta saber o que fazer com os campeonatos regionais... Simples... Ou eles viram uma Série D, ou acabam de vez. Não é possível que ABC, América, Sport, Náutico, Fortaleza, Ceará, Bahia e Vitória, fiquem sustentando times de prefeituras e ou equipes que nada acrescentam.
Ah! Quanto ao argumento que os times menores servem para revelar jogadores para os grandes, eu pergunto... Quantos jogadores nos últimos 10 anos foram revelados por equipes como Pauferrense, Parnamirim, Santa Cruz e que vestiram com algum sucesso a camisa do América ou do ABC? Só me vem à cabeça o Helinho da Pauferrense. Mostre-me qual dessas equipes tem um trabalho de base digno desse nome e se minto, ao afirmar que antes de qualquer campeonato essas equipes também não vão buscar nos veteranos ou forasteiros a base de seus times.

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