Hoje, não vou falar das grandes vitórias e dos títulos conquistados, pois se superamos a imensa maioria, por outros fomos superados...
Vencemos muitos jogos, e outros tantos perdemos...
Colecionamos muitos troféus, mas também, vimos escapar de “nossas mãos” outros tantos, quando pareciam tão perto...
Essa é a essência do esporte.
Mas hoje, nada disso importa...
Hoje vou falar do motivo maior de carregar no meu peito o orgulho ser um apaixonado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.
Foi num dia 07 de abril de 1924, que o Dr. José Augusto Prestes, então presidente do Vasco, tomou a mais importante decisão da história do futebol mundial.
Escreveu a “RESPOSTA HISTÓRICA” ao Presidente da AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos), liga recém fundada por Flamengo, Fluminense, Bangu e América, Sr Arnaldo Guinle, que condicionava a aceitação do Clube de Regatas Vasco da Gama na nova liga, a eliminação de seus quadros de 12 atletas considerados pela liga, homens de “profissão duvidosa”.
Na verdade, essa exigência estava calcada no racismo e no preconceito, pois coincidentemente, esses 12 atletas, eram negros, mulatos, nordestinos ou pobres.
Diante do absurdo, o Dr. José Augusto Prestes, em poucos parágrafos, disse não a AMEA e preferiu permanecer na LMDT (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres), onde havia enfrentado os "cinco grandes" de então, e conquistara o Campeonato Carioca de 1923.
O Clube de Regatas Vasco da Gama venceu o esvaziado Campeonato Carioca de 1924, promovido pela LMDT, com 16 vitórias em 16 jogos.
Em 1925, envergonhados e sem como sustentar a estúpida exigência, os “cinco” grandes, aceitaram incondicionalmente o Vasco, seus negros, seus mulatos, seus nordestinos e seus pobres.
A “RESPOSTA HISTÓRICA” foi um marco na luta contra a discriminação racial e social, foi um ato de extrema relevância numa época, em que o mundo se submetia a todo tipo de teoria que consagrasse a superioridade dos brancos sobre outras raças.
Foi um não da colônia portuguesa e de seu clube de futebol, aos que se sentiam incomodados e enojados com a presença dos pobres e dos nordestinos praticando um esporte que julgavam monopólio seu.
Poderia me agarrar como muitos, as vitórias e troféus, mas, preferi seguir meu pai que afirmava: “Vitórias e derrotas vem e vão, mas a dignidade, a honra e o auto-respeito, são eternos”.
Portanto, só me curvarei aos adversários, quando me apresentarem algo que não possamos conquistar, pois, “A RESPOSTA HISTÓRICA” de um clube diante do racismo e do preconceito, só nós, PODEMOS ORGULHOSMANTE EXIBIR.
A CARTA RESPOSTA
Um comentário:
É isto aí! O Vasco deve ser parabenizado sempre por tal atitude. Infelizmente o meu clube do coração, o Grêmio de Porto Alegre, só resolveu aceitar negros no time a partir de 1952. Foi no passado um dos clubes mais racistas do Brasil.
Parabéns aos vascaínos.
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