O jogo...
O jogo foi bom durante o primeiro tempo, depois, todo mundo tratou de não correr nenhum risco desnecessário.
E aí, o empate em 0x0 acabou agradando a gregos, troianos, cearenses, potiguares, candangos, mineiros e goianos, mas definitivamente, magoou profundamente os gaúchos.
Pois bem, encerro por aqui o comentário sobre o jogo em si, porém, faço questão de dizer que Diá, mais uma vez, mudou e mudo para melhor – digo isso, em relação à postura da defesa rubra no segundo tempo, que totalmente diferente do primeiro, foi segura, eficiente e contribuiu para o sossego do goleiro Rodolfo.
Mas vamos falar do que importa...
A torcida americana pode mesmo comemorar?
Claro que sim, só um néscio, seria capaz de dizer o contrário.
O torcedor tem todos os motivos para vibrar, comemorar e chutar o balde, afinal, apesar de amanhã tudo ter caído no esquecimento, foi uma semana de apreensão e foram noventa minutos de respiração suspensa – só depois do apito final em Campinas é que o fluxo de oxigênio voltou ao normal.
Por outro lado, o torcedor rubro está feliz, não só pela permanência, mas também, pela queda do seu maior adversário e isso, para um torcedor, é tudo o que de melhor poderia acontecer.
Fosse o contrário, a alegria seria a mesma ou talvez, maior.
Então, que comemorem os americanos, mesmo que o final feliz tenha acontecido, minutos antes de o carrasco ligar a tomada.
E Francisco Diá?
Sinto-me bem à vontade em falar de Diá – não mantenho contato com ele, não somos próximos e nem tão pouco o endeusei ou critiquei (desconfiei, mas desconfiar, não significa excluir ou execrar, desconfiar significa manter-se alerta, pronto para o que der e vier).
O que fiz, e que está documentado no blog – foi afirmar numa postagem que em seu lugar agradeceria e ficaria no Alecrim.
Disse por achar que a oportunidade que estavam dando a ele, era muito mais por falta de dinheiro que qualquer outra coisa – disse na época e reafirmo agora: caso houvesse sobra de caixa, não teria sido Diá (segundo o próprio Diá, na entrevista que concedeu ao final do jogo para a rádio Globo, Paulinho Freire bateu o pé e o fez técnico do América).
A segunda vez que escrevi sobre Diá, foi quando coloquei uma foto do treinador Mourinho com os olhos fechados e a mão na testa e fiz a seguinte brincadeira: “Mourinho tenta um contato telepático com Diá”.
Na verdade a intenção era criticar o excesso de paparicação ao treinador.
Estavam errados aqueles que derramavam elogios a Diá?
Em parte não, em parte sim...
Erram aqueles que afirmam que Diá está consagrado...
Não está!
Diá está sim, na confortável posição de poder dizer: “eu existo, eu conheço futebol e fiz o que dificilmente alguém teria feito”.
Isso é inegável!
E por que Diá pode afirmar isso?
Diá este ano, pegou um time comum, arrumado com as sobras de todas as séries e montou uma equipe competitiva – o resultado, foi o Alecrim na Série C depois de muitos anos a obscuridade.
Mas, quando todos achavam que Diá iria buscar o titulo de Campeão Brasileiro da Série D, Diá deu uma guinada de 180 graus e aceitou dirigir um time caindo aos pedaços, em décimo nono lugar e precisando vencer um monte de partidas para escapar da degola...
Diá chegou, viu, conversou, recebeu apoio, foi à luta e conseguiu o que parecia impossível.
Esse é outro fato inegável!
Por que Diá conseguiu isso?
Por algumas razões que estão além campo, mas que em muito colaboraram para o resultado final.
Diá conhece o mundo da bola e a linguagem do boleiro, sabe quem é quem e quando chegou ao América, teve a seu lado Souza, outro que é capaz de identificar o fogo, antes mesmo de ver a fumaça.
Além do apoio total de Souza, Diá levou Romildo, seu auxiliar no Alecrim e a comissão que com ele trabalhou na Série D – não tinha o que temer, todos eram aliados e os chefes de grupo do elenco, ficaram sem ter o que fazer, a não ser se render.
Por outro lado, direção do América já havia feito sua cota de besteira, quando permitiu a saída de Gilberto de Nadai, demorou a demitir Guilherme Macuglia e impossibilitada de mudar o elenco, se viu refém de um bando, que para derrubar o treinador desafeto, foi capaz de fazer corpo mole e perder cinco jogos seguidos – era apoio total a Diá, ou naufragar.
Por fim, Diá conhece futebol, conhece as variantes e principalmente, conhece a melhor maneira de usar as características de cada jogador a sua disposição – a única coisa que ninguém nunca duvidou de Diá, foi a sua capacidade de identificar um bom boleiro.
E isso por si só, não o consagra?
Não!
Diá abriu uma porta, aliás, uma porteira, mas ao que parece, terá a grande oportunidade agora...
Caso aceite dirigir o Mogi Mirim de Rivaldo e César Sampaio, Diá sairá da província e desembarcará no centro do furacão e aí, vamos saber se ele está pronto para o grande salto.
Em São Paulo, Diá vai estar só, sem seus amigos – só poderá contar com seu conhecimento e sua capacidade de sobreviver no hostil mundo da bola.
Se mantiver o Mogi Mirim na primeira divisão, e de quebra, conseguir complicar a vida de algum dos “mitos” que por lá habitam, aí sim, Diá estará consagrado.
Por enquanto, Diá pode dormir com a cabeça em paz e com a certeza de que soube aproveitar a chance na hora em que ela apareceu.
O futebol do Rio Grande do Norte pode comemorar?
Sim e não...
Sim, por ter conseguido colocar uma equipe na Série C em 2010...
Ano que vem, o Alecrim estará disputando o torneio mais importante de sua história e, se conseguir Deus sabe como, os recursos necessários, poderá quem sabe, sonhar com o paraíso.
Não, por ter perdido uma vaga na Série B e visto um grande despencar para a C...
Essa conversa de que a Série C não é mais um inferno, é conversa fiada, pergunte a que dirige o ABC, se é fácil conseguir bons patrocínios para quem joga uma divisão que ninguém vê e se existem muitos jogadores com alguma qualidade, dispostos a disputar a terceira divisão.
Por fim, a campanha do América foi pífia, escapar na décima sexta posição, não é nenhum motivo de orgulho.
Será preciso uma profunda reflexão.
Essa foi a segunda vez consecutiva e talvez, na terceira, a sorte resolva sair para passear.
Um comentário:
Caro Fernando,
mais uma vez estou eu aqui para comentar as suas colocações!!!! Diá para o América foi opção por exclusão, ele no momento É o Cara, pelo menos para o nosso probre futebol!!!! Torço para que ele tenha o mesmo sucesso no futebol do Sul/Sudeste. Ele demonstrou que conhece, como você mesmo fala, a bola dos boleiros, foi assim com o conhecimento do futebol de boleiros que Romário fez mais de 1000 gols e foi campeão do mundo. FERNANDO nÃO devemos substimar o conhecimento do nosso Francisco de Assis DIÁ, que o MUNDO O VENHA O CONSSAGRAR!!! POIS O QUE FEZ NO MECÃO NÃO FARÁ PELO MENOS EM NENHUM TIME MESMO QUE ESTE ESTEJA SEM DIVISÃO..... O que seria do ABC se DIÁ estivesse LÁ...COM CERTEZA O SEU DESTINO NÃO SERIA A SÉRIE C....
FORTE ABRAÇO, DO SEMPRE PRESENTE KLEBER.
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