O começo...
Ontem ao chegar não resisti: me entreguei ao prazer de ”namorar” o novo brinquedo recém comprado...
Aliás, já foi difícil sair de casa e deixar as caixas empilhadas e intocadas – fui aos “empurrões”, mas fui –, o dever “gritava” autoritário e o desejo de ficar, “cabisbaixo”, se submeteu...
Dei as costas as caixas com o novíssimo PC – comprado as custas de uma disciplina de guarda pretoriana – e fui para o estúdio da 95 FM, comentar off tube o jogo Náutico e América nos Aflitos em Recife.
Para minha surpresa e alegria, Emerson Amaral e Ítalo Anderson não haviam conseguido viajar – detesto comentar jogos no estúdio, sem o calor da companhia dos companheiros.
Ainda tomado pelo “banzo” de ter sido obrigado a deixar as caixas lacradas em casa, via a bola rolar...
A cada minuto que passava, percebia uma fato que contradizia a tabela de classificação: o Náutico entre os quatro melhores da competição, jogava como se estivesse na zona de rebaixamento e o América, na zona de rebaixamento, jogava como se fosse o líder do campeonato.
Recuado, o Náutico dava espaço para o América chegar sempre de forma perigosa...
Em pouco minutos, os rubros de Natal já haviam fustigado e ameaçado o gol de Rodrigo Carvalho, mas se o volume de jogo, a desenvoltura, a posse de bola e a vontade de vencer do América impressionavam; os gols perdidos pela dupla Flávio e Adriano Magrão, mostravam que não seria uma noite fácil.
O ataque...
Creio que definitivamente, está mais que provado que é preciso encontrar em algum lugar do planeta, atacantes que possam substituir os dois...
Adriano Magrão, definitivamente está passando por uma crise de relacionamento com a bola – ela não o obedece –, e isso, não é bom para quem vive de gols.
Flavio, fez um gol, aliás, em parceria com o goleiro Rodrigo Carvalho – Flavio compôs a musica e Rodrigo a letra -, e só...
Como sempre, Flavio corre muito, se movimenta muito e perde gols e mais gols...
Flavio me lembra o cara da pelada que todo mundo gosta de jogar com ele, mas que na hora de formar uma seleção, ele vai por amizade, mas fica no banco.
A defesa...
Se a dupla de avançados preocupa, a zaga também tem uma dupla capaz de tirar o sono de qualquer um...
Douglas, mais uma vez, dentro da área, derrubou um adversário – em Salvador na estreia derrubou Rodrigo Grau – e fez seu segundo pênalti...
Depois, no segundo tempo, conseguiu ser superado no alto, numa bola cruzada, por um atacante do Náutico muito menor que ele, mas que para o azar do Náutico e sorte do América, tocou no travessão e saiu pela linha de fundo.
Douglas joga de forma burocrática; isto é, lento e desatento.
Seu companheiro, o Asprilla, é outro que erra mais que acerta e, quando erra, espera que alguém venha “limpar a caca”...
No erro de ontem, não houve tempo para ninguém chegar e o resultado, foi o segundo gol pernambucano.
Sobra o Edson Rocha, que por mais que se desdobre e cumpra com eficiência seu papel, nada pode fazer, pois de nada adianta saber cantar, se a banda desafina.
O meio campo...
É nesse setor que o América se encontra melhor servido...
A turma da pegada é boa e competente e a turma da criação, está precisando apenas de um homem com um pouco mais de habilidade para criar furdunço na zaga adversária, visão de jogo e precisão nos passes.
Gilmar Iser...
Sem medo de errar, posso afirmar que o América tem hoje um treinador, mas precisa urgentemente ser cercado de bons jogadores.
Iser, ontem, não abriu mão de uma defesa sólida, mas jamais abdicou de atacar...
Ao perder o volante Eliélton e substituí-lo por Assis, mostrou que queria vencer e foi em busca do resultado...
A coragem de Gilmar Iser, acabou sendo recompensada, mas, mais que coragem é preciso ter a disposição um material humano capaz de dar a Iser, condições de ousar, sem ter que contar com a sorte.
Se para o América o empate teve sabor de vitória, para o Náutico também, pois por mais paradoxal que que seja, dadas as circunstancias e o nenhum futebol apresentado pela equipe pernambucana o 2x2 foi um alívio: o América com pelo menos um bom atacante, teria vencido fácil o jogo de ontem.
Ah, quando cheguei em casa, corri para as caixas, as abri, coloquei os equipamentos no lugar e fiquei como um menino bobo e deslumbrado a admirar o brinquedo sonhado e conquistado, depois de tanto tempo juntando as moedinhas no cofrinho de papelão.
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