segunda-feira, maio 31, 2010

Procurou, achou...


Brasília foi à cidade onde divide com o Rio de Janeiro minha pré-adolescência e minha adolescência: cheguei a Brasília em 1966, vinha de Fortaleza, terra de meu pai e onde fui morar em 1960…


Devo confessar foi um choque, pois deixava para trás o azul do mar, a casa confortável, arborizada e espaçosa para viver num apartamento e numa cidade ainda em construção.


Havia ainda poucas ruas asfaltadas e o barro vermelho e grudento predominava, mas como filho de militar, vivia como um nômade e sem ter outra opção, deixei o Ceará (ainda tenho saudade da velha Fortaleza onde vivi dos meus cinco aos onze anos).


Os primeiro anos foram difíceis, mas o tempo acabou me fazendo gostar de Brasília e lá, construiu grandes amizades e participei de grandes aventuras...


Em 1987 deixei a cidade, já não era como antes, havia crescido demais...


Deixei Brasília e voltei para o nordeste, voltei para o lugar de uma infância feliz e tenho absoluta certeza de feito à coisa certa.


Sou feliz em Natal e, meu filho nascido em Brasília e criado em Natal, nos seus tempos de boleiro, sempre usou na manga de sua camisa, a bandeira do RN, mesmo comprando briga com alguns dirigentes patetas...


Mas voltemos ao Distrito Federal:


O futebol em Brasília sempre sofreu com a influencia do futebol carioca; formar uma equipe e em Brasília sempre foi tarefa hercúlea para qualquer um...


Sem apoio da mídia, sem torcida e sem patrocínio, os clubes e futebol de Brasília vivem de uns poucos sonhadores.


Entretanto, a praga das torcidas organizadas se espalhou por lá, da mesma forma que se espalhou pelo resto do país e, esse câncer mental, deixa nas ruas da capital os mesmos rastros de violência estupida e vazia.


No último fim de semana, membros da “Mancha Verde”, torcida organizada do Palmeiras (o que diabo faz a Mancha Verde em Brasília?), resolveram assistir a um jogo do clube paulista em um bar ou algo parecido e, no caminho, arrepiaram...


Destruíram orelhões, agrediram pessoas, jogaram pedras em lojas e carros e por fim, foram para a estação do metrô em busca de mais adrenalina...


Acabaram encontrando!


Cerca de uns trinta organizados, foram parados pela policia do metrô que exigiu um comportamento ordeiro dentro da estação, mas em resposta, ouviram uma sonora vaia e palavrões...


Os policiais ainda tentaram contemporizar e insistiram que sua passagem pelo metrô só seria permitida se se comportassem de forma ordeira e respeitosa...


Apostando no número, os organizados gritaram palavras de ordem contra os policiais e disseram que iriam passar e quem tentasse impedir, seria morto...


Marcharam em direção aos policias do metrô, mas acabaram tendo uma desagradável surpresa; ao invés de recuar, os cinco policiais, reagiram e deram uma inesquecível surra nos baderneiros...


Como o que é ruim, sempre pode piorar, enquanto apanhavam da policia do metrô, não perceberam a chegada da policia militar...


Igualados em número e superiores em treinamento, os agentes da lei, chacoalharam no cacete os bobalhões e todos foram para na delegacia – um foi para o hospital, cuidar de umas lembranças de seu heroísmo.


Na delegacia, foram prestados os devidos boletins de ocorrência, mas o delegado fez questão de frisar que a policia do metrô, agiu dentro do estrito cumprimento do dever.


Ah, o hospitalizado, foi enquadrado por desordem, resistência à prisão e ameaça de morte.


Parabéns a policia do metrô, a polícia militar e ao delegado.


Nenhum comentário: