Sábado o América estará no Ceará, mas precisamente em Juazeiro do Norte, onde enfrentará a ADRC Icasa em busca de sua primeira vitória na Série B.
No campo meramente tático, Gilmar Iser, certamente já tem tudo planejado, inclusive o plano B, caso seja necessário – bem, pelo menos é o que imagino.
Em termos técnicos, no entanto, tudo irá depender do rendimento de cada jogador envolvido no confronto...
Porém, existe um ponto, que quase nunca é debatido, mas que, entretanto, é tão importante quanto à preparação psíquica e esportiva...
Esse ponto chama-se: “o bicho”...
(O tema veio à baila depois que a direção do América reuniu o elenco no centro do gramado do Machadão no fim do treino, para discutir com os jogadores a premiação a ser paga nos jogos em que os resultados forem positivos).
O bicho é o eufemismo usado por cartolas e boleiros ao se referirem aos prêmios pagos em dinheiro, após um empate ou uma vitória.
Essa “aberração” surgiu na década de 20 e, seus inventores foram os torcedores do Vasco da Gama...
A equipe estreava na primeira divisão carioca e a torcida do Vasco da Gama, empolgada, resolveu se cotizar para pagar aos jogadores “um por fora” em caso de vitória ou empate...
A premiação era anunciada com base numa senha inspirada no jogo do bicho; isto é, um cachorro (numero 5 no jogo do bicho) significava um prêmio de 5 mil réis; um coelho, 10; e assim por diante.
O que começou entre torcedores foi absorvido por cartolas e acabou se tornando uma instituição nacional.
Mas, pagar “o bicho” é ou não é, algo salutar?
Pessoalmente, não acho!
Em minha opinião é como pagar duas vezes pelo mesmo trabalho.
Hora, se um jogador pede X de salário, Y de luvas e ainda recebe ajuda de custo para moradia, o certo é que esse montante fosse o bastante para que seu esforço se desse no mais alto nível possível.
Pedir dinheiro para vencer, é no mínimo um contrassenso, pois ninguém é contratado para perder.
Pagar prêmios como incentivo, é a demonstração mais cabal da imaturidade dos dirigentes (todos eles).
O pior é que “o bicho” acabou se tornando um vício e uma arma pra quem recebe, pois se o valor estabelecido pela direção não agrada, “rola certo enfado”, mas se a situação aperta, as portas se abrem para a chantagem.
Talvez, o mais correto fosse o estabelecimento de um bônus por objetivos; alguma coisa como: ao atingirmos os pontos necessários para a permanência na divisão em disputa, X; se chegarmos entre os quatro primeiros e conquistarmos uma das vagas para a divisão acima, y, se formos campeões, X+Y...
Ficaria mais parecido com o que faz qualquer empresa que trabalhe focada em metas.
2 comentários:
Exatamente isso Fernando!
Quando comecei a ler esse "post" achei que iria terminar com uma resalva, mas logo no final você conclui da maneira que penso e que já acontece com certa frequência em algumas profissões (executivos).
É o caso dos executivos (normalmente de grandes empresas e conglomerados) que recebem o "bônus por desempenho", tudo é previamente acordado em seu contrato de trabalho, dessa forma não abre "brechas" para qualquer ato em detrimento da ética profissional.
Um grande abraço!
Eu havia ouvido essa história através do grande mestre do rádio Luiz Mendes!
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