Poder e gestão no futebol
Por Abílio Diniz
Dias atrás, recebi um telefonema
do Aloizio Mercadante, hoje Ministro da Educação.
Ele tem ajudado muito o esporte e
foi um dos grandes responsáveis pela aprovação do Profut, a lei que finalmente
impôs responsabilidades à gestão dos clubes de futebol em troca de
refinanciamento de suas dívidas com o governo.
Agora Mercadante estuda a criação
de um curso para ajudar a melhorar a gestão no futebol.
A iniciativa é muito boa, e disse
a ele que pode contar com o meu apoio e o de meu filho João Paulo.
Mas, apesar de muito boa, a
iniciativa não vai resolver o grave problema do futebol no Brasil se não
mudarmos a qualidade dos dirigentes.
É uma questão estrutural.
A maior parte dos clubes tem seus
estatutos elaborados para perpetuar seus dirigentes ou seu grupo no poder.
Basta vermos o que está
acontecendo com a CBF – o exemplo vem de cima.
Todos viram a manobra feita pelo
atual presidente para manter seu grupo no poder.
Nos clubes, acontece o mesmo.
As pessoas se elegem e
imediatamente assumem uma atitude ditatorial, ignorando o Conselho que os
elegeu e, consequentemente, seus associados e torcedores.
Algumas vezes se troca seis por
meia dúzia.
Não adianta apenas bons gestores.
Se a estrutura de poder não
mudar, vamos avançar pouco, muito pouco.
O que precisamos é dar estímulos
para que os clubes sejam como na Europa e nos EUA e se transformem em empresas,
com gestão profissional e meritocrática.
Aí sim cursos para melhorar a
gestão no futebol trarão os resultados que todos esperam e que o futebol
brasileiro urgentemente precisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário