terça-feira, março 02, 2010

Se todo tenemos, por que nada hacemos?

O Chile acaba de sofrer um fortíssimo abalo sísmico, dois meses depois que o Haiti foi devastado pelo mesmo fenômeno...


A diferença entre um e outro, está na magnitude: enquanto os haitianos viram seus lares e milhares de vidas serem ceifadas por um terremoto de 7 graus na escala Richter, o terremoto que abalou o país andino chegou aos 8,8 graus...


No Chile, os mortos ficaram na casa das dezenas, no Haiti, foram milhares...


Por quê?


São muitas as razões – a proximidade do epicentro da capital haitiana, as diferenças geológicas e o tipo de construção dos edifícios e casas, potencializaram a tragédia no caribe...


Mas, a melhor definição que li sobre as razões de tantos mortos lá e tão poucos cá, foi de um jornalista haitiano que infelizmente não me recordo o nome...


Ele disse: “O Chile é um país rico, que aprendeu com o passado e que é governado por gente responsável. Aqui, vivemos na miséria, cercados de corrupção e governados por incompetentes”...


Qual a razão de tocar nesse assunto num blog cujo conteúdo está voltado para o esporte, ou mais precisamente, para o futebol?


Simples:


No dia 22 de maio de 1960, os chilenos sofreram o maior abalo sísmico da história: 9,5 na escala Richter.


Seu epicentro se deu no centro sul do país e matou 5.700 pessoas, deixando mais de dois milhões de feridos.


A destruição causada pelo sismo foi estimada em 800 milhões de dólares (cerca de 5,8 bilhões de dólares em valores atualizados), mas seus efeitos também foram sentidos em lugares distantes...


O tsunami provocado pelo abalo percorreu o oceano pacifico e suas ondas causaram 62 vítimas fatais no Havaí e 31 nas Filipinas.


Toda essa tragédia se abateu sobre o país no momento em que o governo chileno estava realizando as obras necessárias para a Copa do Mundo de 1962.


Tudo por terra, nada restou...


A FIFA imediatamente ameaçou transferir a competição para outro país, mas um homem ergueu-se diante dos escombros e cunhou uma frase que se tronou célebre: “Porque nada tenemos, haceremos todo”!


Seu nome, era Carlos Dittborn Pinto, filho de chilenos, mas nascido em Niterói no Estado do Rio de Janeiro, que então, presidia o Comitê Organizador da Copa.


Dittborn enfrentou a FIFA, empenhou sua palavra e a cumpriu – deixou tudo pronto para que seu país recebesse o maior evento do futebol mundial, mas infelizmente, Carlos Dittborn Pinto, morreu aos 38 anos, vítima de um ataque cardíaco, 32 dias antes do início da competição...


Pois bem, cabe então uma pergunta: “se todo tenemos, por que nada hacemos”?

Um comentário:

Vicente Prudêncio disse...

Resposta diretamente da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília:

- Se todo tenemos e nada hacemos, es que todo roubamos...

...

Quero nem ver quando começarem os escândalos de corrupção no que diz respeito à Copa do Mundo no Brasil. É brincadeira...