sexta-feira, março 19, 2010

Bordões nas transmissões de futebol no rádio brasileiro...

Por Rodrigo de Macedo Freire


Rodrigo, é estudante de jornalismo e membro da equipe que está preparando a volta do TV U Esporte.


As transmissões radiofônicas estão entre os principais fatores que ajudaram o futebol a se tornar o esporte mais popular no Brasil.


Assim como, o esporte bretão deu sua parcela de contribuição para transformar o rádio no veículo de comunicação de massa mais presente na vida dos brasileiros.


Isto, pelo menos, até o aparecimento da televisão, que com o passar do tempo assumiu esse papel nos lares brasileiros.


Ao longo de quase 80 anos, o rádio transmite partidas de futebol aos torcedores.


Aqueles que seguram o pequeno aparelho colado ao pé do ouvido sentem grandes emoções, ora boas, ora ruins, porém, sempre inesquecíveis.


Além dos jogadores, é claro, os responsáveis por todos esses sentimentos são os narradores, ou speakers, como eram chamados nas primeiras difusões, época em que era comum o uso de expressões da língua inglesa no futebol brasileiro.


O ritmo acelerado da narração para acompanhar a velocidade do jogo, além das vozes imponentes dos locutores são características comuns às transmissões.


Além disso, o que marca esse tipo de transmissão são os bordões usados pelos narradores.


Alguns desses profissionais já não estão mais entre nós, outros continuam a nos presentear a cada partida de futebol com uma bela voz e frases marcantes.


Mas o fato é que estão todos imortalizados nas lembranças dos ouvintes.


Vejamos alguns:


WALDIR AMARAL – É impossível contar a história das transmissões radiofônicas de partidas de futebol sem citá-lo.


Foi um dos primeiros a utilizar bordões nas partidas que narrava.


Expressões como “Indivíduo competente”, sobre o autor de um gol, “tem peixe na rede do (nome do time que sofria um gol)”, “o relógio marca”, para anunciar o tempo decorrido de jogo e outras mais, foram propagadas pelas ondas do rádio durante quase 40 anos de carreira.


Faleceu em 1987, prestes a completar 71 anos.


Hoje, a rua onde fica a sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) leva o nome do ex-radialista.



http://www.krafta.info/listen.php?name=waldir_amaral_jogo.mp3&url=http://www.krafta.info/get.php?id=687474703a2f2f7777772e347368617265642e636f6d2f696d672f3132373436393030332f62346363323432362f646c696e6b5f5f3246646f776e6c6f61645f32463132373436393030335f324662346363323432365f32465f33462f707265766965772e6d7033



VILIBALDO ALVES – Não tão conhecido nacionalmente, Vilibaldo, falecido em 1994, fez sucesso em Minas Gerais nas décadas de 1960 e 1970.


Torcedor confesso do Clube Atlético Mineiro, o ex-narrador dá nome à sala de troféus do Galo localizada na sede do bairro de Lourdes, em Belo Horizonte.


Foi Vilibaldo que apelidou Dario (Dadá Maravilha) de “Dario Peito de Aço”.


As narrações dele ficaram famosas na capital mineira graças ao bordão “Adivinheee?!”.


A expressão antecipava o grito de gol, tal qual nos acostumamos a ouvir aqui no Rio Grande do Norte na voz de Marcos Lopes, na Rádio Globo Natal.


Abaixo, o gol do primeiro título cruzeirense da Taça Libertadores, em 1976, contra o River Plate da Argentina, na voz de Vilibaldo Alves.



http://www.youtube.com/watch?v=c70EyaxgEek



FERNANDO SASSO – Um dos maiores nomes do jornalismo esportivo das Minas Gerais.


Antes de assumir o microfone nas cabines dos estádios e ficar conhecido pelo “Tá no filó” ao invés do grito de gol, Fernando Sasso foi repórter de campo.


Trabalhou na Rádio Itatiaia e TV Alterosa, posteriormente seguiu para a Globo Minas onde também apresentava a edição do Globo Esporte ao público mineiro.


Faleceu em 2005, aos 69 anos.


Abaixo, um vídeo com os gols da vitória do Atlético Mineiro na goleada aplicada no Caiçara do Piauí. Partida válida pela Copa do Brasil de 1991.



http://www.youtube.com/watch?v=oqiOaWNhLAI



FIORI GIGLIOTTI – “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”.


Assim começavam as partidas de futebol narradas por Gigliotti que iniciou a carreira de locutor em 1947.


Lançou outros bordões que sempre são lembrados quando o assunto é a locução esportiva no Brasil.


“E o tempo passa...” e “Aguenta coração” passavam a emoção do jogo aos ouvintes que aguardavam o “Crepúsculo de jogo”, para comemorar mais uma vitória do time de coração, deste modo ele anunciava que o fim de jogo estava próximo.


Fiori morreu às vésperas do início da Copa do Mundo de 2006, seria a 11ª Copa na carreira do ex-narrador.



http://www.vozesbrasileiras.com.br/html/mp3/g/g-fiori_gigliotti-1.mp3



JOSÉ CARLOS ARAÚJO – Conhecido também como Garotinho, começou na Rádio Globo durante a década de 1960 e trabalhou também na Rádio Nacional.


Atualmente é o principal narrador da rádio onde deu início à trajetória de mais de três mil jogos transmitidos.


Também possui um repertório de bordões marcantes. “Apite comigo, galera”, alertando ao ouvinte para que fique sempre atento à transmissão.


“Atirou, entrou” antes de cada grito de gol é outra marca do Garotinho que transforma golaço em “Golão, golão, golão”.



http://oglobo.globo.com/esportes/audio/2009/15129/



Um comentário:

Arimater disse...

bela postagem.

Não consigo imaginar o futebol sem o rádio.