sexta-feira, maio 07, 2010

Resposta aos leitores José Leonardo e Gabriel...

Imagem: Bundesarchiv



Ando em dívida com alguns leitores que me fizeram questionamentos, infelizmente por motivos alheios a minha vontade não pude responder a mais tempo.


Portanto, vamos à luta;


Primeiro me dirijo a José Leonardo, do blog Música do Gol:


Caro Leonardo, Johann Cruyff foi tudo o que seu tio diz e mais, Cruyff tinha qualidades, que unidas a sua técnica o tornaram um dos 10 maiores jogadores do planeta.


O primeiro a perceber isso foi Rinus Michels, um ex-professor de ginástica para crianças surdas – no Brasil, alguém que assumisse um grande time, com o histórico de Michels, seria “queimado” em praça pública pela imprensa e torcedores – que ao chegar ao AFC Ajax, viu em Cruyff o líder que precisava para a experiência que se tornaria a última grande revolução tática no futebol.


Técnico, tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente, Cruyff se encaixou como uma luva nos ousados sonhos de Michels.


Sobre sua pergunta se anteriormente eu já teria escrito algo sobre o sistema tático do “carrossel holandês de 1974”, aqui vai um pequeno trecho de um texto publicado sob o titulo: “Se tivessem lido Karl Marx, saberiam o que significa a mais valia”, em 17 de novembro de 2008.


Futebol não é uma guerra, futebol é um esporte...


Quando Rinus Michels, treinador holandês e responsável pelo carrossel laranja disse que o futebol era uma guerra, o fez dentro de um contesto completamente diferente.


Rinus que era um homem inteligente e acima da média de seus colegas treinadores de então, fez tal afirmação em uma entrevista onde tentava explicar como funcionava seu sistema (e olha que ainda hoje tem gente que não entendeu)...


Na época, Rinus afirmou que só seria possível a repetição de tal sistema se alguém conseguisse reunir em uma mesma equipe, pelo menos sete jogadores de grande habilidade técnica e de QI superior à média, como ele havia conseguido com a equipe de seu país em 74.


Disse que tendo a sorte de poder contar com jogadores como Neeskens, Rep, Resenbrink, Krol, Rijsbergen, Haan, Suurbier e Cruyff, pode colocar em prática um sistema que baseado no 4.3.3, agia como uma tropa capaz de avançar impiedosamente sobre o “inimigo”, mas apta a rapidamente se aglutinar durante um contra ataque.


Na mesma entrevista, Rinus deixou escapar sua admiração pela blitzkrieg alemã e acabou tendo que ouvir um monte de criticas idiotas de gente que na falta de coisa melhor para fazer e dizer, o acusou de ser nacional-socialista (lá também existem os idiotas da subjetividade).


Em nenhum momento, o treinador holandês se referiu à guerra no sentido sujo ou quis dizer que qualquer meio era licito desde que a vitória fosse conseguida.


Agora, respondo ao Gabriel:


Concordo com você Daniel, esperar que o Gilmar Iser opere um milagre e de pronto dê ao América um sistema tático é pedir demais...


Em relação a sua pergunta se o América deveria ou não jogar de forma defensiva em Salvador, o Gilmar Iser, me poupou o trabalho: deve ir mesmo num 3.6.1 e tentar surpreender o Bahia.


Agora é esperar que Iser, consiga ter competência e tempo, para com o material humano que dispõem montar uma equipe competitiva e capaz de realizar uma campanha menos tensa que a anterior.



Um comentário:

MÚSICA F. C. ! A VOZ DAS ARQUIBANCADAS. disse...

Obrigado por mais uma aula Fernando Amaral.

Valeu mesmo.

Até a próxima.

José Leonardo