sábado, novembro 25, 2006

Nunca perguntei para quem torcia David Cunha, mas como ele adorava ver as pessoas rindo, acho que ele deve estar feliz com a conquista do América....
Peço desculpas pelas poucas linhas, mas hoje estou diante de dois sentimentos muito fortes, porém absolutamente divergentes. Hoje sorri e me alegrei com a ascensão do América a primeira divisão, fiquei feliz, pois sei o que isso significa para o torcedor comum, aquele sem rosto, sem nome importante, sem carro ou casa para morar, aquele, que não vai se beneficiar em nada, que não terá nenhum lucro ou vantagem, mas que vai cantar gritar e gastar até o último trocado em um bar qualquer de algum bairro periférico e depois irá desabar vencido pela embriaguez, mas sonhará o mais vermelho dos sonhos e ao acordar pela manhã, nada vai sentir, além do doce prazer de se saber americano e vencedor...
Por outro lado, meu dia foi triste, foi pesado e mais uma vez me vi impotente diante da morte. Morte que levou meu amigo pelas mãos, que calou seu sorriso, sua alegria e cortou seus sonhos. Perdi um amigo, podem acreditar... Não fui ao seu velório, nem irei ao seu sepultamento, lamento, mas não quero vê-lo inerte, frio, sem vida. Não, me recuso como sempre me recusei, quero guardar a imagem de nosso último encontro, quando ao me ver disse imitando o “Pudim de Cana”... “Amaral, esse cigarro vai te matar tão devagar que você nem vai perceber que morreu”. Riu, me pegou pelo braço e me contou umas 4 ou 5 cinco novas piadas... Infelizmente você tinha razão David, o cigarro está me matando lentamente, mas ao nos deixar sem sequer dizer um adeus, você acelerou em muito esse processo... Descanse em paz David Cunha e não se assuste, se o Espanta, não espantar Jesus...

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