Arte Digital: Fernando Amaral
Esperei pacientemente, que o jogo em Manaus terminasse, não queria ter que escrever uma nota solitária sobre a partida entre São Raimundo e Santo André. Essa foi uma rodada que merece ser analisada na integra, mas não antes de falar sobre o América Futebol Clube... Fiquei alguns instantes pensando no que escrever, até que decidi sair e dar uma volta, caminhar um pouco, ver o mar e me embriagar na brisa que costuma balançar as folhas dos poucos coqueiros na orla de Ponta Negra. Ao andar na areia, deixei o pensamento voar e ele voou embalado por fisionomias que insistiam em surgir a todo o momento. Uma delas era a de um motorista de alternativo, que ao me encontrar, sempre fazia a mesma pergunta: “Você acha que vamos conseguir”? “Eu costumava olhar para ele e dizer: Não sei, mas chances existem, apesar das dificuldades”. Confesso que havia em mim fortes dúvidas, mas nunca fui conhecido pelo otimismo, costumo ser excessivamente cauteloso, é uma característica, não sei se boa ou má, mas ela está entranhada em mim. Lembrei do Matheus do Orkut, do Gilmar lá da TV U, do Gustavo Szilagyi, do Camilo de Léllis e de um velho e querido amigo (infelizmente o vejo pouco), o Paulo Ricardo, que conheci logo que em Natal cheguei. Por fim me veio à mente o Baé e aí, soube que não era sonho, mas realidade... O América de Natal, o América do Rio Grande do Norte, o América do Nordeste do Brasil, era outra vez participante da Primeira Divisão do Futebol Brasileiro. Que se dane se ainda falta um ponto, ele virá. Disso não tenho mais nenhuma dúvida. E virá no próximo jogo, virá para ser comemorado pela imensa maré vermelha que há de pintar essa cidade, que irá ecoar não seu grito, mas o pulsar de seu coração, que por longos dez anos esperou por esse momento. É verdade meu amigo motorista, Matheus, Gilmar, Gustavo, Camilo, é verdade Paulinho... O Dragão da Rodrigues Alves está de volta, pois São Jorge seria incapaz de matar o sonho de tantos, seria incapaz de ferir com sua lança o coração do Dragão. São Jorge é guerreiro e todo guerreiro, respeita os valentes e os corajosos. São Jorge é justo, e nada foi mais justo que a ascensão do América ao paraíso da Série A. Na volta lembrei das criticas que fiz, confesso que não me arrependo de nenhuma, fiz quando achei ser necessário fazer e as faria de novo, porque nada nem ninguém está, acima do bem ou do mal, nada nem ninguém, é tão perfeito que não possa ser censurado... Parabéns Rio Grande do Norte, seu território pode até ser pequeno, mas nele habita não um povo, mas um clã, que se veste de vermelho e de cabeça erguida, empunha sua bandeira e marcha para glória, contra tudo e contra todos.
Ao finalizar, gostaria de deixar uma humilde sugestão: No término do jogo contra o Santo André, a torcida do América poderia permanecer no estádio, até que as luzes fossem apagadas, aí se acenderiam milhares de tochas vermelhas e todos numa só voz, gritariam o nome do Helder, pois ele é tão vitorioso, quanto qualquer outro.
2 comentários:
Parabens pela matéria! o américa é time de 1°!
Comento este texto, não apenas pela lembrança de meu nome por ti, caro amigo, mas pela beleza do que foi escrito. Ao mesmo tempo em que tu és cético e duro em suas criticas, sabes reconhecer o quão rude ou mesmo, injusto fostes em alguns comentários, mesmo que não te arrependas. Confeço que tu me deixastes receioso e com medo contra o jogo do Guarani. Cheguei mesmo a pensar numa possível derrota e queda do sonho do América. Me colocasses os 2 pés a traz, mas ao fim, a magia do toque de bola do América graças ao, por que não, mestre Souza. Mesmo que os dois gols tenham sido, com o perdão da palavra, ogros, valeu a raça e o empenho deste grupo, que mesmo sendo fraco indivudualmente, com as conhecidas exceções, soube trabalhar o coletivo e fez a diferença.
Corroboro com suas observações num ponto: este não é e não pode ser o time da série A, mas parde de sua base deve ser mantida, em especial o Meio-Campo.
Um abraço amigo.
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