segunda-feira, dezembro 15, 2008

Ninguém segura o TSG 1899 Hoffenheim...

Terminou o primeiro turno do Campeonato Alemão da Primeira Divisão (Bundesliga 1) e acreditem ou não, o “Campeão” do outono (lá no hemisfério norte, é outono) é o TSG 1899 Hoffenheim (publiquei sob o título “TSG 1899 Hoffenheim... Um pequenino que busca ser grande”, um pouco da história do clube) da pequenina cidade de Sinsheim (35 mil habitantes), sediado no minúsculo distrito de Hoffenheim (3.000 habitantes).

Em 17 partidas o TSG 1899 Hoffenheim, venceu 11, empatou duas e perdeu apenas 4 vezes.

Os azuis marcaram 42 gols e sofreram 23, seu saldo é de 19 gols pró.

Neste domingo por volta das 17 horas (hora local alemã) o Hoffenheim enfrentou o poderoso Schalke 04, sétimo colocado e depois de sair perdendo, empatou.

Com o resultado de 1x1 e o empate do Bayern de Munique que também empatou por 2x2 com o VfB Stuttgart, o Hoffenheim, conquistou algo impensável para um clube de seu porte: O simbólico título de Campeão de Outono (na Europa, quem termina o primeiro turno de um campeonato em primeiro lugar, costuma festejar o acontecimento).

O Hoffenheim é prova concreta que não existe necessidade de se buscar nomes peso pesados para se realizar algo bem feito.

Seu treinador está no clube desde 2006 e passou por apenas dois grandes do futebol alemão; o Schalke 04 e o VfB Stuttgart.

Treinou ainda o Hannover 98 um clube médio e os pequenos SSV Reutlingen e o SSV Ulm 1846.
Portanto, Ralf Rangnick, não é que se pode chamar de treinador rodado e com perfil disso ou aquilo, mas com certeza, conhece do seu ramo.

Sua comissão técnica é formada por três auxiliares de campo, um preparador físico, um treinador de goleiros e um psicólogo (um presidente de clube por aqui, disse que psicólogo é frescura, peço desculpas, mas não lembro quem foi), além desse pessoal, existem ainda três fisioterapeutas a disposição dos atletas.

A equipe do Hoffenheim, não saiu gastando dinheiro a rodo, apesar de ser bancada pelo homem que se encontra entre os 600 mais ricos do mundo.

Dietmar Hopp, não brinca com seu próprio dinheiro (brincar com dinheiro público, do público e de algum incauto patrocinador é fácil), não desandou a dar cheques milionários na compra de todo “bonde” renomado só para agradar torcedor, jornalista irresponsável e abrir espaço na mídia.

Buscou gente quase desconhecida do grande público e montou seu time...

Alguns poderão dizer, usando aquele argumento tosco; “mas o Hoffenheim não tem torcida e, portanto, ele não sofre cobrança”.

Creio que Dietmar Hopp com o dinheiro que tem, e sendo quem é no mundo dos negócios, mesmo que estivesse num clube italiano (clube de massa), pouco se lixaria por ter um bando de bocós lisos e histéricos, gritando baboseira no seu ouvido...

É bem provável que pegasse seu boné e fosse curtir as praias das Ilhas Polinésias ou Micronésias.

Hoje, quando o jogo acabou ninguém viu Dietmar, dando saltinhos, correndo atrás de jornalista para fazer desabafos ou dando tapinha nos seus jogadores.

Levantou, abraçou o Presidente do Schalke 04 (lá eles assistem ao jogo lado a lado) e se foi com a discrição e a dignidade que o cargo exige.

Afinal, lá presidente de clube só fala, quando o assunto é do tamanho do seu cargo (aqui também, mas o clube precisa ser o São Paulo).

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