No vocabulário militar, fogo amigo é um eufemismo para designar um ataque de um soldado, de uma foça aérea ou de um exército contra um companheiro ou, contra suas próprias unidades...
Tal termo ganhou notoriedade no século passado, quando às guerras diminuíram em muito, o contato físico com o inimigo.
Mas, o fogo amigo, normalmente é fruto de um engano...
Mesmo que em alguns casos, tenha sido motivado por desespero, medo e até despreparo, ainda assim: é um erro!
Por que fiz questão deste pequeno preambulo?
Por já ter lido e ouvido, diversos colegas da imprensa usarem e expressão “fogo amigo” para definir as ações do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto Gomes de Oliveira, no sentido de esvaziar o Campeonato do Nordeste.
Talvez, por ser ele um nordestino e ter se posicionado pela não realização da competição em paralelo aos Campeonatos Estaduais, a maioria tenha buscado na expressão uma forma de rotular Carlos Alberto...
Não, não mesmo!
Num ato de extremo exagero, poderíamos definir Carlos Alberto como uma espécie de “traidor” dos interesses do futebol da região – um “inimigo”, mas amigo, jamais!
O “fogo” que Carlos Alberto dispara, tem alvo certo, mas não é por ter recebido coordenadas erradas e aí, despejado toneladas de obuses sobre posições ocupadas por sua própria gente...
Cada “boca de canhão”, cada “bomba soltada por seus bombardeiros” e cada “tiro de fuzil, metralhadora, ou morteiro”, sabia exatamente quem atingir e, parece que o velho “coronel” é bom de mira...
No campo da diplomacia, Carlos Alberto costurou em silencio, os apoios de Ceará e Bahia e, seus argumentos devem ter sido algo parecido com isso:
“Por que vamos brigar com a CBF”?
“O que ganhamos com isso”?
“Lembrem que o clube dos 13 declarou que iria ressuscitar os regionais com a participação de seus filiados, mas depois, murchou”!
“Se a Liga se tornar forte e lucrativa, vai liquidar com os estaduais e aí, o que nós presidentes de federação vamos fazer”?
“Estaremos mortos, perderemos todo o poder”...
E, por fim, deve do alto de sua arrogância ter dito: “um Campeonato do Nordeste com Sport, Náutico, Santa Cruz, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza, é comercialmente viável, mas sem a nossa presença, eles não vendem um botão sequer”.
Claro que esses diálogos são mera especulação, mas não creio que estão tão longe da realidade assim.
Carlos Alberto repete na região como um todo, o que Domingos Fernandes Calabar fez em Pernambuco e, talvez os motivos sejam os mesmos: desejo de recompensa, certeza de que a CBF será vitoriosa, ambição ou até mesmo, por acreditar que seja esse o melhor caminho...
Entretanto, Carlos Alberto nunca declarou ser contrário ao Campeonato do Nordeste e sim, a sua realização concomitantemente com o Campeonato Pernambucano e, por conseguinte, com os estaduais dos demais Estados nordestinos...
Argumento que o coloca em sintonia com seus conterrâneos, pois defende Pernambuco e ainda acena com seu apoio para a competição nordestina no segundo semestre.
Brilhante, mas falso, pois Carlos Alberto sabe que disputar o Campeonato do Nordeste em paralelo com os Campeonatos Brasileiros da Séria A, B, C e D, levaria fatalmente a repetição em 2011, de 2010 e isso, seria o fim do sonho de uma Liga forte.
Pernambuco dobrou a Bahia e cooptou o Ceará...
Para os baianos, fica a vergonha de ver a dúbia face de sua federação, pois o discurso era de apoio a Liga e ao Campeonato do Nordeste, enquanto nas sombras, trabalhava pelo seu fim...
Já o Ceará, terra de meu pai, seus irmãos e sua mãe, alinhou-se submisso ao “Governador Geral da CBF para o Nordeste”, Carlos Alberto Gomes de Oliveira.
O pior de tudo isso é ver que não foi preciso que nenhum “xenófobo” do centro, do sudeste ou do sul, mover uma palha – o serviço sujo foi realizado por gente da terra da gente.
Portanto, nunca houve fogo amigo.
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