Se o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) fosse um órgão totalmente confiável e capaz de julgar as pendengas que por lá tramitam com a maior isenção possível, a declaração do seu Procurador Geral, Dr. Paulo Schmitt, soariam como música aos meus ouvidos...
Segundo o Dr. Paulo Schmitt, as tais “malas brancas”, são um tema relevante, por envolver moralidade e ilegalidade.
Por essa razão, ele pediu a abertura de inquérito para essa prática no futebol brasileiro.
Se os inquéritos no esporte brasileiro fossem tão sérios como tentam nos levar a crer que são, as punições advindas de suas conclusões finais seriam como um lenitivo para minha alma cansada de ver tanto papel gasto, tanta oratória repleta de saber jurídico jogada fora, em pomposas reuniões, onde prestar a atenção no que eles dizem é perda de tempo, pois eles não dizem nada.
Se esse país fosse uma nação e nela habitassem homens capazes de se indignar diantes de atos imorais, eu bem que poderia dormir feliz por saber que na manhã seguinte, os “maleiros” estariam afastados por dois ou quatro anos do esporte e os que consideram a imoralidade um mal menor, descobrindo que entre a imoralidade e a ilegalidade existe uma tênue e frágil fronteira, onde não se exige passaporte para os que desejam transpô-la.
Mas como o STJD é um órgão sujeito a escorregões, tropeços e juízos oblíquos, creio que o inquérito pedido pelo Dr. Paulo Schmitt, irá concluir que nada é conclusivo o bastante para apontar os responsáveis.
Como temos um país, mas não uma nação, terei que dormir sabendo que os habitantes dessas terras, por não serem ainda povo, não terão a menor dificuldade em conviver com mais essa quebra de princípios.
Iletrados como são a maioria, concordarão com qualquer explicação sínica e dirão sem o menor rubor em suas faces, uma frase bastante popular entre nossa brava gente: “no mundo da bola é assim mesmo e, se não é ilegal não tem problema nenhum”.
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