Li a pouco o blog do Marcos Lopes e fiquei feliz em saber que não estou sozinho nessa cruzada contra a estupidez de se tentar abrir uma fenda através do futebol, entre o sul (principalmente São Paulo) e o nordeste brasileiro.
Creio que já é hora dos editores de esportes, chamarem para uma conversa essa patuléia porra louca e dar um basta nesse assunto.
Futebol não é uma guerra, futebol é um esporte...
Quando Rinus Michels, treinador holandês e responsável pelo carrossel laranja disse que o futebol era uma guerra, o fez dentro de um contesto completamente diferente.
Rinus que era um homem inteligente e acima da média de seus colegas treinadores de então, fez tal afirmação em uma entrevista onde tentava explicar como funcionava seu sistema (e olha que ainda hoje tem gente que não entendeu)...
Na época, Rinus afirmou que só seria possível a repetição de tal sistema se alguém conseguisse reunir em uma mesma equipe, pelo menos sete jogadores de grande habilidade técnica e de QI superior a média, como ele havia conseguido com a equipe de seu país em 74.
Disse que tendo a sorte de poder contar com jogadores como Neeskens, Rep, Resenbrink, Krol, Rijsbergen, Haan, Suurbier e Cruyff, pode colocar em prática um sistema que baseado no 4.3.3, agia como uma tropa capaz de avançar impiedosamente sobre o “inimigo”, mas apta a rapidamente se aglutinar durante um contra ataque.
Na mesma entrevista, Rinus deixou escapar sua admiração pela blitzkrieg alemã e acabou tendo que ouvir um monte de criticas idiotas de gente que na falta de coisa melhor para fazer e dizer, o acusou de ser nacional socialista (lá também existem os idiotas da subjetividade).
Em nenhum momento, o treinador holandês se referiu à guerra no sentido sujo ou quis dizer que qualquer meio era licito desde que a vitória fosse conseguida.
Quem assim entendeu, deve ter tido grandes dificuldades com interpretação de texto na escola...
Mas vamos ao que diz o blog do Marcos:
”Acabei de ler em um site de esportes que: "a Série B está do jeito que a CBF quer, com o futebol paulista dominando a parte de cima da tabela e o nordestino predominando na zona de rebaixamento". Isto é uma bobagem tão grande, mas tão grande que beira o ridículo”.
Concordo com o Marcos e vou mais além; peço permissão para “ensinar” aos trapalhões, como seria a tabela perfeita para a CBF, Rede Globo e patrocinadores em geral, apenas usando o argumento econômico.
Caso a CBF e a Rede Globo sentassem com os patrocinadores e a comissão de arbitragem para “armar” a subida de alguém, o primeiro critério a ser levado em conta seria o econômico (quem lota estádio, quem vende mais paper view, quem tem maior poder de compra para consumir os produtos oferecidos pelos anunciantes e etc.).
Portanto, jamais Santo André, Barueri e Bragantino estariam disputando vaga no caso de uma “armação”, pois seus torcedores, primeiro torcem, para os grandes de São Paulo e só depois, pensam se vão ou não assistir os jogos dessas equipes (basta levantar a média de público desses times, tanto no Campeonato Brasileiro, como no Campeonato Paulista).
Numa tabela “armada”, seria muito mais lucrativo ter ao lado do Corinthians (estamos falando da Série B de 2008), Bahia, Vila Nova, Ceará e ou Fortaleza...
Porém, não podemos desprezar as vantagens econômicas de termos ainda Ponte Preta, Avaí, ABC, América e ou CRB, pois certamente suas torcidas dariam muito mais retorno à Rede Globo e seus patrocinadores que os atuais líderes da competição...
Portanto, Santo André, Bragantino e Barueri, devem estar agradecidos por não haver nenhuma “armação” e nenhum complô por parte da CBF, Rede Globo e patrocinadores.
Apenas para ilustrar...
Durante os anos em que se realizou a Copa do Nordeste, os locais onde mais se vendeu paper view, foram São Paulo e Rio de Janeiro!
Quem já freqüentou a feira de São Cristovão no Rio, ou já andou pela periferia de São Paulo, sabe a razão.
2 comentários:
Acho que o foco é outro. Não acredito q a globo vá se meter diretamente influenciando os resultados das partidas. O máximo que ela faz é indiretamente, fazendo cometários escandalosos a favor, principalmente, dos times cariocas (As TVs de SP, fazem o mesmo com os seus times - Vide Band, Rede TV). Eu nao tenho a menor dúvida que a federação paulista de futebol agi sim em prol dos seus filiados. Seja pressionando arbritagem, mudando hora de jogo e de certa forma agindo nos bastidores da CBF.
A força dos Paulistas, segundo o site globoesporte.globo.com:
"O campeão do Paulistão receberá R$ 2 milhões de premiação. O segundo colocado ganhará R$ 500 mil e o campeão do interior ficará com R$ 250 mil. Os quatros grandes clubes receberão ainda R$ 7,5 milhões de cotas de transmissão das partidas, enquanto os times menores, inclusive a Portuguesa, terão direito a R$ 1,4 milhão. A Lusa já pediu revisão dos valores".
Este valor supera o que os clubes recebem para disputar a série B, o que é verdadeira concorrencia desleal. Os clubes do Nordeste, ao contrário, costumam passar o 1º semestre praticamente no vermelho, por conta dos estaduais deficitários. O Futebol do RN agradece a todos os Natalenses que tem como clube do coração os Palmeiras, São Paulos e Santos da vida. Verdadeiros alienados, traidores do Futebol Potiguar!
Por isso que se diz que a volta do Campeonato do NE seria uma saída para o fortalecimento do Futebol Nordestino.
Uma pena que a imprensa não se liga nisso, uma pena! Ah, se o ABC FC tivesse R$ 1,4 milhão só para o 1o. semestre! Ah...
Santo André, Barueri, Bragantino e outros paulistas tem seus méritos. Discordo apenas do Marília, que nos últimos jogos sempre tem tido penaltis mandrakes marcados a seu favor. Mas aí a questão não é o fato de ser Paulista e sim a própria influência do clube.
É isto.
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