sexta-feira, outubro 06, 2006

De pai para filho...

Por: Carlos Henrique.



Imagem: BBC

Este é Eidur Gudjohnsen, que aos 17 anos, entrou no lugar de seu pai Arnór Gudjohnsen, em um partida da seleção de seu pais, a Islândia, contra a Estônia...

É com muita satisfação que publico hoje o tópico “De pai para filho”, primeiro por se tratar de um fato histórico relevante, segundo por ter sido escrito por jovem e brilhante aluno do curso de Rádio/TV da UFRN, que infelizmente o meio esportivo local, perdeu para a Caixa Econômica Federal. Carlos Henrique é dono de uma memória invejável, que aliada ao seu profundo conhecimento sobre o futebol e seu amor pelo jornalismo esportivo, faz dele uma fonte quase inesgotável de dados e fatos históricos. Tive a honra de tê-lo como estagiário do TV U Esporte da TV Universitária de Natal, onde realizou excelentes matérias e fez grandes amigos, entre os quais tenho a honra de me incluir.

Fernando Amaral.


De pai para filho...

Nada deve ser mais emocionante para um pai que ver seu filho brilhar no esporte. Falando especificamente do futebol temos alguns bons exemplos de filhos que fizeram por merecer a alcunha do pai, tais como Domingos da Guia e seu filho Ademir, o croata Zlatko Kranjcar e seu filho Niko (recém técnico e jogador da Croácia na Copa de 2006, respectivamente), os italianos Cesare e Paolo Maldini, entre outros.

Porém, nenhum deles teve, além da satisfação de ver o brilho de seus rebentos, a sensação que o islandês Arnór Gudjohnsen teve em sua carreira. Era a data de 24 de abril de 1996, Arnór Gudjohnsen começava mais uma partida como jogador da seleção islandesa. Com quase 35 anos e jogador do Örebro, da Suécia, Arnór viajara com seus companheiros para Tallin, na Estônia, para um amistoso contra a seleção local. Entretanto, poucos sabiam que no grupo de selecionáveis islandeses estava uma jovem revelação: Eidur Gudjohnsen, então com 17 anos e jogador do PSV Eidhoven, figurava no banco de reservas.

A alegria do papai Arnór já era imensa só com a presença do filho no banco, como se era de esperar. Mas o destino quis mais. O filho Eidur substituiu o próprio veterano pai no segundo tempo, entrando ambos assim para a história do futebol mundial como os únicos pai e filho a entrarem em campo vestindo a camisa da mesma equipe, apesar de não terem atuado juntos. O jogo terminou 3 a 2 para os islandeses e o pai Arnór deixou o seu. O gol, logicamente, foi dedicado ao seu filho, que o orgulha hoje envergando a camisa grená do poderoso Barcelona.

Entretanto, nunca chegaram a atuar juntos, pois o jovem Eidur Gudjohnsen teve um sério problema no tornozelo que o deixou parado por quase 2 anos. Arnór pendurou as chuteiras aos 37 anos sem o gostinho de jogar futebol profissional ao lado do seu filho.


Dados:

Eiður Smári Guðjohnsen (15/09/1978),

Reykjavík – Islândia
Atacante

Clubes:
Valur IS Reykjavik (Islândia - 94)
PSV Eidhoven (Holanda – 94/96)
KR
Reykjavík (Islândia – 98)
Bolton Wanderers FC (Inglaterra – 98/2000)
Chelsea FC (Inglaterra – 2000/06)
FC Barcelona (Espanha – 06/…)
Gols: 108 (até 01/09/2006)
Seleção Islandesa: 41 convocações e 17 gols (até 01/09/2006).


Arnór Guðjohnsen (30/04/1961)
Reykjavík – Islândia
Atacante

Clubes:

KSC Lokeren Oost-Vlaanderen (Bélgica)
RSC Anderlecht (Bélgica),
FC
Girondins de Bordeaux (França)
BK Häcken (Suécia)
Örebro SK (Suécia)
Seleção islandesa: 74 convocações e 14 gols.

Carlos Henrique.
Aproveitando a postagem do Carlos Henrique, aí vai a relação completa até o mundial da Alemanha, de todos os pais, que tiveram a alegria de ver seus herdeiros vestirem, a camisa das seleções de seus respectivos paises...
Pais e Filhos.

Martín Vantolrá (Espanha, 1934) José Vantolrá (México, 1970)
Roger Rio (França, 1934) Patrice Rio (França, 1978)
Domingos da Guia (Brasil, 1938) Ademir da Guia (Brasil, 1974)
Mario Pérez (México, 1950) Mario Pérez Jr. (México, 1970)
Vicente Asensi (Espanha, 1950) Juan Manuel Asensi (Espanha, 1978)
Cesare Maldini (Italia, 1962) Paolo Maldini (Italia, 1990/94/98/2002)
Manuel Sanchís (Espanha, 1966) Manuel Sanchís (Espanha, 1990)
Jean Djorkaeff (França, 1966) Youri Djorkaeff (França, 1998/2002)
Pablo Forlan (Uruguai, 1966/74) Diego Forlan (Uruguai, 2002)
Nicolae Lupescu (Romania, 1970) Ionut Lupescu (Romania, 1990/94)
Jan Verheyen (Bélgica, 1970) Gert Verheyen (Bélgica, 1998/2002)
Anders Linderoth (Suécia, 1970) Tobias Linderoth (Suécia, 2002)
Julio Montero Castillo (Uruguai, 1970/74) Paolo Montero (Uruguai, 2002)
Roy Andersson (Suécia, 1978) Patrick Andersson (Suécia, 1994/2002)
Roy Andersson (Suécia, 1978) Daniel Andersson (Suécia, 2002)
Miguel Ángel Alonso (Espanha, 1982) Xabi Alonso (Espanha, 2006)
Wlodimierz Smolarek (Polonia, 1982/86) Eusebiusz Smolarek (Polonia, 2006)
Cha Bum-Kun (Coréia do Sul, 1986) Cha Du-Ri (Coréia do Sul, 2002)

Um comentário:

Anônimo disse...

Faltaram os argentinos La Bruja e La Brujita (Verón). :)

Valeu pelas palavras, amigo! Pode contar com a minha colaboração sempre!