domingo, outubro 01, 2006

Ninguém tem o direito de agredir ninguém...

Mesmo me sentindo péssimo diante da tragédia do vôo 1907 da empresa aérea Gol e com aquela sensação de impotência que só um fato como esse costuma trazer, me vejo na obrigação de sentar diante do teclado e mais uma vez voltar ao assunto Júlio César.
Guardadas as devidas e imensas proporções, ambos são chocantes, por que ambos são incomuns e trazem em seu bojo inúmeros questionamentos. Porque isso foi acontecer? Quem é o responsável e por quê? Creio que as mesmas perguntas devem estar sendo feitas por todos os que presenciaram o destempero do atacante do América. Porém, o que me incomoda no momento são algumas opiniões que li postadas no site do clube, mas precisamente na sessão fórum, espaço dedicado aos torcedores rubros. Um grupo tenta de todas as formas encontrar argumentos para tentar colocar pano quente no assunto, buscam amenizar o fato com argumentos que vão desde o absurdo, até o risível. Não compreendem esses moços que o que está em jogo, é a instituição e não o time de futebol, o que está em jogo, é a imagem do clube, suas tradições e sua conduta dentro e fora do campo. Pessoas não podem sair por aí a desancar e socar ninguém diante de interesses contrariados, não se pode “chutar o balde” toda vez que nos sentimos prejudicados, existem formas de expressar descontentamento sem o uso dos músculos. Júlio César foi infantil, foi medíocre, foi grosseiro e manchou a imagem que o América construiu ao longo de uma história limpa e gloriosa. Desrespeitou seus companheiros de clube, seus diretores, a comissão técnica e seu chefe. Pior, fez tudo isso na casa alheia, lugar onde mais do que nunca deveria mostrar um mínimo de educação. Não quero linchar o Júlio, na verdade sinto certa dose de pena dele, pois esse rapaz deixou claro que precisa de auxílio, que precisa rever seus conceitos, pois para viver em sociedade é primordial saber que todo direito é precedido de um dever. A direção do clube não pode contemporizar nem tão pouco dialogar, devem chamá-lo, acertar suas contas e dar por encerrado o assunto. Qualquer outra atitude será entendida como fraqueza e deixará claro que qualquer um que se sinta descontente dentro do grupo de jogadores, pode sair esbofeteando quem por infortúnio cruze seu caminho. Demitir o atleta não é nenhuma maldade, talvez até sirva como lição para que ele repense e corrija o rumo, o que não se pode aceitar é a impunidade, é a permissividade sob o argumento estúpido de que sua saída deixará uma lacuna no ataque do América.
Porém, cá com os meus botões, fico a perguntar... O teria acontecido? Como se chegou a isso e quem é o responsável?


Fernando Amaral.

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